Folha de S. Paulo


PM do Rio afasta 9 após vídeo em que jovem filma própria morte vir à tona

A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou nesta quinta-feira (26) que afastou nove PMs que participaram da operação que deixou um jovem morto e outro ferido, na comunidade da Palmeirinha, no bairro de Honório Gurgel, zona norte da cidade.

Os militares fizeram um auto de resistência, que foi desmentido após a divulgação de um vídeo que estava sendo gravado no momento em que os jovens foram baleados.

Ainda segundo a PM, ao tomar conhecimento do fato, o tenente-coronel Luiz Garcia Batista, comandante do 9º BPM (Rocha Miranda), abriu uma averiguação sumária e afastou os policiais envolvidos na ocorrência.

Já o comandante-geral da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto, determinou que também seja aberto um inquérito policial militar, que ficará a cargo da corregedoria da corporação. Entre os afastados, oito são soldados e um é tenente.

A operação que culminou com a morte de Alan Souza Lima, 15, foi realizada na sexta-feira (20) na zona norte da cidade. Ele foi atingido por um tiro enquanto gravava um vídeo usando o celular.

O vídeo gravado pelo jovem que morreu mostra o momento em que ele e um amigo estavam andando de bicicleta e começam a correr. Cerca de um minuto depois os jovens foram baleados e caíram no chão. Após eles serem atingidos, os militares chegam ao local e questionam o porquê de eles terem corrido. Um deles afirma que estavam brincando e que não haviam avistado os militares.

No sábado, a Polícia Civil divulgou nota afirmando que os dois foram feridos durante um confronto com PMs e que um revólver e uma pistola foram apreendidos durante a operação, fato que foi desmentido após a divulgação do vídeo.

Nesta quinta-feira (26), a Polícia Civil também anunciou mudanças na estrutura da Divisão de Homicídios do Estado. Durante entrevista coletiva realizada na Cidade da Polícia, o agora diretor-geral da DH, Rivaldo Barbosa, afirmou que dentre as mudanças será criado um grupo para atuar em crimes envolvendo policiais.

"Vamos criar o grupo especial de defesa institucional. Vamos investigar homicídios envolvendo servidores públicos, juízes e policiais. Teremos em cada delegacia de homicídios uma pessoa específica para atender a esses casos com maior atenção."


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