Folha de S. Paulo


Após atrito com Brasil, Indonésia ameaça rever compra de equipamento militar

O governo da Indonésia ameaçou reconsiderar a aquisição de equipamentos militares do Brasil, em resposta à postura crítica do governo Dilma em relação à política de execução de traficantes estrangeiros, como o brasileiro Marco Archer, fuzilado em janeiro. A informação foi publicada no "The Jakarta Post" nesta terça-feira (24).

Entre 2010 e 2012, a Indonésia encomendou 16 aviões Super Tucanos da Embraer e também 36 plataformas de lançamento de mísseis da Avibras. Os contratos com cada empresa estão avaliados em cerca de US$ 350 milhões.

A ameaça não deve afetar o contrato vigente com a Embraer, uma vez que o Super Tucano já está em operação no país desde 2012, com metade das encomendas já entregues. A Avibras também já iniciou as entregas e os primeiros lançadores foram exibidos em um desfile militar em Jacarta, em outubro.

Entretanto, a deterioração das relações bilaterais pode representar o fechamento de portas para fabricantes brasileiros em negociações futuras, uma vez que contratos de Defesa dependem de boas relações entre governos.

No Rio, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, minimizou a ameaça do governo indonésio. "Ainda não tem uma crise instalada. É obvio que a Indonésia tem sua autonomia, mas creio que é postura do Brasil respeitar a autonomia dos países. Não creio que isso, no médio prazo, vá afetar essa compra."

A manifestação do governo da Indonésia acontece depois de a presidente Dilma Rousseff se recusar a receber as credenciais do novo embaixador indonésio, Toto Riyanto, na semana passada

Após a recusa, a Indonésia chamou de volta seu representante no país e apresentou queixa formal ao governo brasileiro.


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