Folha de S. Paulo


Morador leva choque e perde móveis após chuvas em São Paulo

Moradores do extremo leste de São Paulo voltaram a sofrer com as inundações.

Residências de pelo menos 12 ruas do bairro de Vila Itaim ficaram todas alagadas com a forte chuva da madrugada de terça-feira (17).

O segurança William da Silva, 33, conta que, enquanto a água enchia sua casa, tentou salvar a geladeira. Ele queria levantá-la para colocá-la em algum lugar seco.

"Acho que tinha um fio solto. Começou a dar choque. Me apoiei na parede, depois desmaiei e caí na água", relata.

A irmã dele chamou os vizinhos, que ligaram para os bombeiros. "A voltagem foi baixa, só fiquei com as pernas doloridas", conta.

Mais tarde, a mulher dele, a cabeleireira Valéria de Oliveira, 31, feriu as pernas ao cair em um bueiro da rua onde moram, toda alagada.

A estimativa da prefeitura é que 250 casas tenham sido atingidas e, como há previsão de chuva para os próximos dias, os moradores vão ter que esperar até o fim de semana para a água baixar.

FUGA DO BAIRRO

A ajudante de cozinha Alessandra Lima, 19, diz que até lá irá dormir na casa de parentes. Ela afirma que a água da chuva estragou sofá, guarda-roupas, cama, geladeira e outros pertences.

"Vou alugar outra casa, se eu encontrar. Nessa eu pago R$ 300 por mês", disse.

Em nota, o governo do Estado afirma que a inundação "é resultado da ocupação indevida da várzea do Tietê" e que, em convênio com a prefeitura, prevê construir um piscinão na região.

Também em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que deverá remover os moradores da região, mas que isso deve acontecer perto da realização das obras.

Uma dessas casas atingidas é a da aposentada Maria das Dores Alves, 64. Ela afirma que mora na região há 42 anos, e que há cerca de 20 sofre com as enchentes.

Neste ano, ela ainda tem medo de ter que pagar sobretaxa pela água da Sabesp que ela irá usar para lavar a casa depois que a água (da enchente) baixar.


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