Folha de S. Paulo


Maria Helena Gregori (1937-2015) - Ativista social e defensora dos direitos humanos

O ex-ministro da Justiça José Gregori recorre à memória para descrever a devoção que sua mulher, Maria Helena Gregori, tinha pelo ativismo social. "Ela fazia da nossa casa uma sala de reuniões permanente para debater a organização das Diretas Já," conta.

Os dois viveram juntos por 53 anos marcados pela atuação política. Mesmo a memória das três filhas é tomada de lembranças do trabalho da mãe. Maria Stella, Maria Filomena e Maria Cecília cresceram acompanhando a luta dela pela anistia e pelos diretos humanos.

Maria Helena integrou o comitê executivo de organização das Diretas Já. Atuou nas campanhas de Franco Montoro ao governo de São Paulo (1982) e de Fernando Henrique Cardoso à prefeitura (1986).

Foi ainda assessora de Direitos Humanos da ex-prefeita Luiza Erundina (PSB).

Muito amiga de Ruth Cardoso, chefiou o gabinete da ex-primeira-dama na ONG Comunidade Solidária. Também foi presidente da Fundacentro em São Paulo.

"Ela militou pelo feminismo no seu nascedouro", conta Gregori. "Foi oradora da cerimônia na Câmara Municipal quando o Dia Internacional da Mulher foi instituído", conclui, orgulhoso.

Desde 2008, Maria Helena vinha lutando contra problemas de saúde, como lúpus e câncer. Recentemente, uma pneumonia agravou seu estado. "O que nos marca é o espírito cívico acentuado e a imensa força pessoal para superar dificuldades", diz a filha Maria Filomena.

Maria Helena morreu neste domingo (15), aos 77. Seu enterro será nesta segunda-feira (16), às 11h, no Cemitério da Consolação.

coluna.obituario@uol.com.br


Endereço da página:

Links no texto: