Folha de S. Paulo


Restaurante no centro de São Paulo instala caixa-d'água ao lado das mesas

Nem os sucos naturais, nem a cerveja gelada no calor de início da tarde, nem o tradicional bife à parmigiana –R$ 20, bem servido– chamam tanta atenção no Novo Oba, pequeno restaurante no centro de São Paulo.

Uma caixa-d'água de 7.000 litros, entre as mesas cheias de pratos e copos, anda roubando a cena. "Que p. é essa?", pergunta uma cliente, comprando cigarros.

"Pensei que fosse um ofurô", brinca o distribuidor Claudio Roberto Pereira, 36, tomando um café depois do almoço. "Vou até pedir para dar um mergulho."

A caixa-d'água, que desembarcou na terça-feira (10) no restaurante no largo do Paissandu, tentará driblar a dificuldade hídrica por qual passa, às vezes, o Novo Oba –antigo Oba Oba, agora sob novo nome e direção.

"Aqui falta água todo dia. E nossa caixa atual tem 2.000 litros. O dono, o seu Fernando, quis garantir que vai ter sempre", conta um garçom.

Nesta quinta (12) à tarde, o dono do bar não foi encontrado pela reportagem para comentar o trambolho azul –que custa R$ 2.000 no mercado.

Funcionários disseram que faltava espaço para colocá-lo em um lugar mais discreto. De improviso, foi deixado entre os clientes. E ali vai ficar.

Para isso, foi preciso abdicar de dez lugares no salão –agora são 45, sem contar o espaço do balcão.

FOTOGRAFIA

A caixa-d'água virou "o" assunto na pequena rua Antônio de Godoy: a cada garfada, um flash.

"É inacreditável, mas compreensível, está faltando água pra todo mundo", diz Sandra Sesicki, 53, dona de uma banca de jornal na rua e que já tem uma foto da caixa no celular.

"Eu fico pensando: e se der um 'tibum' [a caixa estourar]? Vai água pra todo lado...", brinca Pereira, entornando o que restava do café.


Endereço da página:

Links no texto: