Uma corrida às lojas de material de construção da capital paulista em busca de caixas-d'água foi deflagrada depois que a Sabesp admitiu, na última terça-feira (27), a possibilidade de um rodízio.
O aumento dessa demanda levou ao esgotamento do estoque dos modelos maiores, como os reservatórios acima de 5.000 litros, em varejistas como Dicico, Leroy Merlin, C&C e Telhanorte.
Procuradas, as redes informaram que tinham como fornecer o produto em um prazo maior do que o normal.
Dependendo do modelo, a demora pode chegar a 60 dias. Modelos menores ainda podiam ser encontrados em alguns pontos de vendas, mas os estoques já estavam apertados no início da tarde desta sexta-feira (30), segundo relatos de vendedores.
As caixas que mais vendem são de polietileno com tampa aberta, de 500 litros, cujos preços são menores. Na C&C, as compras dos modelos de 500 litros mais do que dobraram desde dezembro de 2014 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Segundo o diretor comercial da Dicico, Gildo Favareto, em algumas regiões do Estado mais afetadas pela estiagem o crescimento da procura foi ainda maior. "Em Itu, por exemplo, o aumento foi de 1.000%", disse.
Mas, de acordo com a Dicico, o fornecimento não está comprometido. Apesar do aumento de pedidos, a indústria tem feito entregas em dia.
Para Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), as pessoas ainda não despertaram para a eficiência de outras ações, como a troca de torneiras, uso de válvulas de descarga mais econômicas ou de medidores individuais em edifícios.
"Existem outros investimentos para economizar o consumo que se pagam em poucos meses", afirma.
A procura por caixas-d'água já vinha crescendo fortemente desde o ano passado. As lojas da Dicico, por exemplo, já tinham registrado aumento de 30% na demanda de julho a dezembro.
O temor de desabastecimento, no entanto, disparou após a Sabesp dizer que pode ocorrer rodízio de cinco dias sem água e dois dias com.