Folha de S. Paulo


Marlene Rutowitsch (1934-2015) - A 'primeira-dama' do Carnaval

Na época de ouro do Carnaval, nos anos 1960-70, os bailes de gala do Theatro Municipal do Rio ganharam uma espécie de "primeira-dama".

Marlene Rutowitsch, ou Marlene Paiva, como ficaria conhecida artisticamente, levou, até 1973, mais de dez títulos com suas luxuosas fantasias. A partir de então, tornou-se "hors concours".

Conta-se que a inveja das concorrentes chegou a tal ponto que uma delas prometeu "jogar Marlene da passarela" se ela tirasse o primeiro lugar novamente —e tirou, mas seguranças garantiram a integridade da vencedora.

Marlene também ajudou no crescimento da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba em que desfilou, como destaque, por mais de três décadas.

Quando a agremiação ganhou seu primeiro título, em 1979, com o enredo "O Descobrimento do Brasil", lá estava ela no carro abre-alas.

Certa vez, um dos diretores da escola disse-lhe: "Marlene, você é o Pelé do Carnaval".

Devido ao sucesso, a carioca estrelou capas de revistas famosas como "Manchete" e anúncios na TV. Foi ainda jurada de programas do Chacrinha e do Silvio Santos.

Com boa condição financeira, sempre doou seus cachês e premiações para instituições de caridade.

Além do Carnaval, era apaixonada pelo Flamengo —o marido, André, é ex-presidente do clube, e o filho, Maurício, presidente do Conselho de Administração.

Morreu no domingo (25), aos 80, de câncer. Deixa também dois netos. Na segunda (2), haverá um culto ecumênico no salão nobre do Iate Clube do Rio, a partir das 20h.

coluna.obituario@uol.com.br


Endereço da página:

Links no texto: