Ao lado de colegas do hospital Emílio Ribas, Tuba Milstein Kuschnaroff enfrentou as mais diversas epidemias, de meningite a febre tifoide, de coqueluche a sarampo.
Mesmo com diferenças no número de pacientes e até de mortes, nenhuma das doenças teve maior ou menor impacto na vida da infectologista, que tratava todos os casos com igual importância.
Nascida em Bauru (SP), filha de russos, Tuba era uma médica exigente, mas muito querida por seus alunos, que a consideravam uma professora excepcional. Demonstrava imensa vontade e orgulho de ensinar tudo relacionado à infectologia.
Foi uma das fundadoras da cadeira de moléstias infecciosas do curso de ciências médicas da Santa Casa de São Paulo, onde trabalhou desde a criação da faculdade, em 1963, até quase seus últimos dias. Tinha acabado de entrar de férias quando morreu, na terça (20), de infarto, aos 83.
Como sua primeira especialização era em pediatria, também manteve um consultório particular onde atendia os pequenos pacientes.
Paralelamente ao trabalho, teve uma intensa vida social. Gostava de frequentar festas, de participar de grupo políticos. Comunicativa, "falava pelos cotovelos" quando estava entre conhecidos, segundo amigos.
Assim como no trato com os alunos, era doce, mas ética em suas atitudes, exigindo o mesmo dos outros, principalmente da família.
Extremamente culta quando se tratava de arte, apreciava teatro, cinema e música, além de ler muitos livros.
Viúva de Mario, deixa os filhos, Leo, Liz e Flavio, e dois netos —um terceiro é falecido.