Folha de S. Paulo


Pezão descarta racionamento no Rio, mas pede economia à população

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), descartou nesta sexta (23) a possibilidade de o Estado enfrentar um racionamento, mas fez um apelo à população para que economize água.

Pezão também disse que o governo não pretende, neste momento, adotar cobrança de tarifa mais alta para quem consumir mais, a exemplo do que faz o governo paulista.

Mais cedo, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, foi menos otimista.

Para Corrêa, a possibilidade de racionamento não está descartada caso não chova de forma suficiente nos próximos seis meses a ponto de encher parte dos reservatórios.

Editoria de arte/Folhapress

O prazo é o quanto duraria o estoque de água do volume morto do reservatório Paraibuna, segundo o secretário.

"A minha preocupação é nem fazer terrorismo e nem dizer que está tudo bem", afirmou Corrêa.

O secretário disse que sua "posição pessoal" é a de que poderia ser adotado o desconto para quem consome pouco e penalidade, por meio de contas mais altas, para quem consome muito.

A fala do governador ocorre dois dias depois de o principal reservatório do sistema que abastece o Rio, o Paraibuna, atingir o volume morto. O Estado é abastecido por quatro reservatórios no rio Paraíba do Sul.

O governador estimou que, com o nível atual dos reservatórios, o Estado ainda conseguirá passar um ano sem ter problema de abastecimento.

Além do apelo para o uso consciente, ambos disseram que o governo lançará uma campanha na TV e nas rádios para incentivar a economia de água no Estado.

Um levantamento do Ministério das Cidades mostrou que o morador do Estado do Rio é quem mais consome água no país. Em 2013, a média foi de 253 litros por dia por pessoa –a média no Brasil é de 166,3 litros/dia e a OMS (Organização Mundial da Saúde) indica 110 litros/dia.

Em São Paulo, a média de consumo de água por dia passou de 189 para 188 litros.

O governo do Rio, afirmou o secretário, estuda também restringir o abastecimento das indústrias que ficam no Rio, como o polo industrial de Santa Cruz, onde fica, a CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico).


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