Folha de S. Paulo


Trabalhadores do setor aéreo farão paralisação nesta quinta

Empresas aéreas e trabalhadores do setor confirmaram uma paralisações nesta quinta-feira (22). A Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores), que representa aeronautas e aeroviários no país, confirmou que as categorias vão paralisar as decolagens e atendimentos nos aeroportos do país das 6h às 7h de amanhã.

O movimento, organizado pelos sindicatos dos aeroviários de Guarulhos (SP), Porto Alegre, Campinas (SP), Recife, pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários, que representa 22 Estados, e pelo Sindicato Nacional dos Aeronau tas, será repetidos nos dias seguintes, no mesmo horário, avisam as entidades.

Ontem, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que os aeronautas e aeroviários mantenham o efetivo mínimo de 80% em operação no horário marcado para a parada.

A paralisação foi decidida após Fentac e Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), que representa as companhias TAM, Gol, Azul e Avianca, não chegarem a acordo sobre reajuste salarial e aumento de benefícios sociais.

Segundo a Fentac, as empresas não apresentaram até o fim de segunda-feira (19) uma nova proposta de reajuste salarial e melhoria nos benefícios sociais para os trabalhadores da aviação civil.

A última proposta das aéreas foi de reajuste de 6,5% nos salários e 7% nos vales-alimentação e refeição.

A Fentac reivindica reajuste com ganho real nos salários de 8,5% e a aplicação deste índice nos demais benefícios (como vales-refeição e alimentação).

Os aeronautas e aeroviários também pedem mudanças nas condições de trabalho, criação de um piso para agente de check-in (para os aeroviários) e escalas que gerenciem a fadiga da tripulação e garantam a segurança de voo de todos.

"Está nas mãos das empresas evitar o potencial caos aéreo no dia 22 de janeiro no Brasil", alerta o presidente da Fentac, Sérgio Dias.

A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) soltou nota hoje admitindo que as paralisações vão ocorrer.

As entidades patronais informaram que as companhias TAM, Gol, Azul e Avianca estão mobilizadas para minimizar eventuais impactos para os clientes e preocupadas em manter o melhor atendimento a todos.

Mas alertam que é possível que sejam sentidos transtornos ao longo do dia e mesmo em localidades onde não ocorram paralisações.

Com um cenário adverso de custos que perdura desde 2011 e com perspectivas de crescimento econômico nacional que merecem atenção por parte das companhias, Abear e Snea iniciaram o diálogo há três meses e têm a convicção de que os benefícios vão muito além do que estas categorias obtiveram nos últimos anos, apontam as empresas.


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