O Movimento Passe Livre faz sua segunda manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público nesta sexta (16), às 17h saindo da avenida Paulista, em clima de tensão com a polícia do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Após a Polícia Militar ser acusada de truculência ao dispersar manifestantes e prender 51 pessoas na última sexta (9), a corporação comparou adeptos da tática "black bloc" (a favor da depredação como forma de protesto) a criminosos do PCC (Primeiro comando da Capital).
A comparação acabou rendendo críticas do próprio governador.
Manifestantes também acusam a Polícia Civil de mandar intimações para frequentadores de protestos como forma de intimidação.
O coletivo Território Livre postou ontem em sua página no Facebook uma das intimações, que chegou ao manifestante um dia antes do último protesto.
No ano passado, durante a Copa, a polícia também passou a mandar várias intimações a manifestantes, alegando investigar pessoas suspeitas de atos de vandalismo.
Questionada sobre uma das intimações, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou que se trata de um inquérito policial que investiga lesão corporal dolosa, desacato e resistência cometidos contra policiais militares durante manifestação realizada contra a Copa do Mundo no ano passado.
"A convocação foi expedida em 5 de janeiro, mas deliberada, no inquérito, ainda em dezembro. O depoimento será realizado no dia 9 de fevereiro. Tais datas demonstram, claramente, que a oitiva agendada nada tem a ver com a manifestação da próxima sexta-feira", afirma a SSP.
ASSEMBLEIA
Segundo Nina Capello, do Movimento Passe Livre, assim como no ato da semana passada, uma assembleia definirá o destino da passeata.
Na semana passada, 5.000 pessoas foram às ruas. A manifestação que saiu do centro seria encerrada na avenida Paulista foi interrompida na rua da Consolação, quando policiais reprimiram adeptos da tática "black bloc".
Nina afirmou que os atos serão intensificados daqui em diante.
Nesta quinta (15), entidades estudantis que participam dos protestos contra a tarifa foram até a prefeitura e se reuniram com o prefeito e seu secretariado.