Folha de S. Paulo


'Não é correto' comparar 'black blocs' a facção criminosa, diz secretário

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse nesta quarta-feira (14) que "não é correta" a comparação feita pela Polícia Militar de manifestantes adeptos da tática "black bloc" (depredação como forma de protesto) com criminosos da facção criminosa PCC.

Por isso, Moraes afirma ter determinado a remoção imediata do conteúdo das redes sociais e, ainda, a implantação de regras para utilização das contas institucionais.

"Qualquer opinião pessoal de algum policial, ou de alguém da assessoria da PM, deve ser colocado em Facebook próprio dessa pessoa. No Facebook institucional serão colocado dados e informações objetivas", disse ele durante cerimônia de posse do novo comandante da PM paulista.

A PM fez uma comparação entre os manifestantes e criminosos no Facebook no nome da corporação com uma montagem com fotos de jovens mascarados em um protesto e criminosos em uma rebelião. "Qual é a diferença? Vandalismo é crime!", questiona a legenda da imagem.

O PCC é a principal facção criminosa do país que, entre outros crimes, é apontada como responsável pelo assassinato de dezenas policiais militares e civis em São Paulo desde 2006.

Já os adeptos da tática "black bloc" costumam ser anarquistas, pichadores e punks que ganharam destaque nos protestos de 2013.

O novo comandante da PM, o coronel Ricardo Gambaroni, disse que foi "infeliz" a escolha da imagem utilizada, mas disse que a intenção não era fazer uma comparação entre manifestantes e criminosos. "Era apenas provocar uma reflexão, mas acabou tomando uma dimensão diferente. Não foi feito com dolo. Quem colocou aquilo talvez não teve a maldade de ver que aquilo poderia ter uma conotação diferente", disse.


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