Folha de S. Paulo


Aluno relata agressão na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Um aluno da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) relatou ter sido agredido por estudantes e residentes em festas organizadas por alunos em sítio próximo à instituição no início de 2014.

O depoimento foi dado na manhã desta terça (13) na CPI da Assembleia Legislativa que investiga casos de violação de direitos humanos em instituições de ensino superior no Estado de São Paulo.

Segundo o estudante, as festas faziam parte da semana de trote na universidade.

"Foram 48 dias de trote mais agressivo e depois você acaba sendo perseguido o ano inteiro", diz Luiz Fernando Alves, 22.

Em uma das festas durante o trote, o estudante relatou ter tido lesões no corpo inteiro. Também disse que ficou sem roupa e que veteranos chegaram a urinar em cima dele.

Depois do ocorrido, o aluno disse ter procurado a direção da universidade -que, segundo ele, tentou abafar o caso.

O estudante também procurou a polícia. "Eles davam risada e diziam que não ia dar em nada", diz.

O caso caiu na imprensa da região e, depois da denúncia, o estudante disse ter sido perseguido. "Nas redes sociais, falavam que era tudo falso e que eu estava drogado", relatou.

O aluno conta que só depois da divulgação do caso ele conseguiu um retorno da universidade. "Eles antes diziam que eu ia perder a vaga. Depois que a imprensa divulgou, me falavam que eu podia voltar", diz.

Luiz Fernando, no entanto, deixou a universidade e voltou para Minas Gerais, onde nasceu.

O aluno conseguiu na Justiça transferência para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde estuda medicina em caráter liminar. Ele tenta também o vestibular da instituição, já que a sua matrícula na UFMG não está garantida, da USP e da Unicamp.

Agora, a CPI irá ouvir dirigentes da Famerp sobre o caso.


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