Folha de S. Paulo


Após fim do racionamento, cidade de Itu volta a enfrentar falta de água

Apesar de o racionamento oficial ter acabado em Itu (a 101 km de SP) há um mês, moradores voltaram a reclamar da falta de água nas últimas semanas. Há relatos de até seis dias de desabastecimento, inclusive no Natal e no Ano-Novo, e falta de água em ao menos 12 bairros.

"Está uma vergonha. Estou há três dias sem água", afirma o cabeleireiro Adão Caetano Silva, 43, que tem um salão na Vila Martins e diz ter perdido clientes com a situação. "O movimento caiu muito."

Símbolo da crise hídrica do Estado e cenário de vários protestos por falta de água, que resultaram na depredação da Câmara e em rodovias interditadas, Itu acabou oficialmente com o racionamento em dezembro. Mas, dizem moradores, o problema persiste.

Fabio Braga/Folhapress
O cabeleireiro Adão Caetano Silva, que diz estar perdendo clientes com a falta de água
O cabeleireiro Adão Caetano Silva, que diz estar perdendo clientes com a falta de água

"Quando o prefeito foi na TV e falou que o racionamento tinha acabado, aqui estava há seis dias sem água. E na semana do Natal ficamos sem também", diz José Augusto Barbosa, 42, dono de uma loja de bolos, doces e sorvetes na Vila União. "O racionamento não acabou, não."

"O prefeito é um mentiroso. Vai ver ele nem sabe o que está acontecendo na cidade", diz Angélica Gomes, 35, dona de casa que mora na Vila Ianni. "Está faltando água dia sim, dia não. E quando vem não sobe na caixa."

A Prefeitura de Itu informou que não há racionamento. Questionada sobre o motivo da falta de água, pediu que a pergunta fosse feita à concessionária Águas de Itu.

"O que tem ocorrido são casos pontuais de desabastecimento desde a suspensão do racionamento", informou a empresa, em nota. "Isso acontece em razão de manutenções tanto corretivas quanto preventivas realizadas na rede."

Já o projeto que, segundo a concessionária, ampliará em 40% a oferta de água pode não ficar pronto neste mês, como previsto, pois o licenciamento das estações elevatórias ainda precisa ser aprovado.


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