Folha de S. Paulo


Acúmulo de lixo inviabiliza uso de calçadão em Guarujá

Quando sai para passear com os dois cachorros na orla da Enseada, em Guarujá (SP), a publicitária Maria Cristina Piovezani, 56, vai pela rua, invadindo a ciclofaixa. O calçadão de mais de 5 km de extensão está vetado.

Há uma semana, ela e outros turistas deixaram de usar a calçada à beira-mar por causa das montanhas de sacos de lixo acumuladas.

"É um nojo. Eu também passei a dar banho nos cachorros dia sim dia não porque as ruas estão imundas. É fácil para pegar qualquer doença", diz a paulistana. "Minha vontade é juntar o lixo das ruas da cidade e jogar na cara da prefeita [Maria Antonieta de Brito, do PMDB]."

Ela e o marido, o administrador Armando Fernandes, 58, compraram um apartamento na praia da Enseada há seis anos e reclamam da falta de segurança e de limpeza em Guarujá (SP).

"A gente paga IPTU alto e não tem retorno. As ruas estão imundas", diz Fernandes, que cogita vender o imóvel.

Para ele, é um absurdo a prefeitura pôr a culpa no volume de turistas. "Ninguém esperava movimento grande em uma cidade turística? É falta de planejamento."

A Folha percorreu ruas do bairro da Enseada na manhã e na tarde deste domingo (4). A situação é a mesma: lixo por toda a parte. Com a chuva, o cenário ficou pior, com sacos de lixo rasgados e restos de comida pelo chão.

OUTRO LADO

A Prefeitura de Guarujá diz que a coleta de lixo na orla da Enseada é feita a partir das 10h todos os dias, após a varrição "que tem início a partir das 6h e é finalizada por volta de 8h30". A Folha flagrou funcionárias da limpeza começando a varrer o calçadão às 17h deste domingo.

A Secretaria de Operações Urbanas afirma que foi informada sobre falta de coleta na Enseada e "cobrou novamente a execução do serviço à empresa responsável".


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