Folha de S. Paulo


Prefeitura avalia rota de barco da zona sul ao centro

Trocar o chacoalho de um ônibus, muitas vezes lotado e lento no trânsito, por um catamarã, que deverá deslizar sobre as águas poluídas da represa Billings, na zona sul da capital paulista.

Pode soar estranho, mas a nova opção de transporte não é tão irreal assim quanto parece, apesar de moradores do extremo sul da cidade verem com desconfiança a ideia.

"Será que isso vai ser implementado mesmo?", questiona Diego Pereira, 23, estudante de regência no centro de São Paulo, que mora no bairro do Grajaú. "O trajeto do centro [largo São Francisco] até lá demora umas duas horas."

Hoje, o deslocamento entre a região do largo 13 de Maio (área de conexão entre o extremo sul e a região central da capital) e o Cantinho do Céu, por exemplo, demora por volta de 1h15 em dias de trânsito normal. São aproximadamente 17 km.

Com o barco, esse tempo cairia pelo menos pela metade, mas ainda não existe uma estimativa precisa do quanto a viagem ficaria mais curta.

A Prefeitura de São Paulo confirma que está avaliando implantar algumas rotas de barco nas represas Guarapiranga e Billings. Não existe data para sair a decisão.

A principal intenção é encurtar os deslocamentos entre bairros populosos e longínquos da zona sul da capital com áreas mais centrais.

NA PRÁTICA

A apresentação feita pela empresa VJB ao Confema (Conselho do Fundo Especial de Meio Ambiente) –órgão ligado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente– dá pistas de como seria o serviço.

A partir do bairro de Pedreira ou de Interlagos sairiam linhas de catamarãs para regiões como o Cantinho do Céu e o Jardim Bandeirantes.

Esse tipo de barco é considerado ideal para o transporte de passageiros porque tem dois cascos, o que reduz o balanço e o faz navegar com boa velocidade por locais rasos.

"O plano inicial é fazer o ponto de saída na região de Interlagos para os bairros mais distantes. A ideia é usar catamarãs para 250 pessoas", diz o diretor-presidente do grupo VJB, Veraldo Barbiero.

Para o projeto vingar, não basta apenas empresa e prefeitura se acertarem. É preciso abrir o processo de licenciamento ambiental do projeto. Haverá ainda audiências públicas para que a população possa discutir o tema.

Caso a implementação das primeiras rotas ocorra sem problemas, os idealizadores querem expandir os trajetos para o extremo sul da Billings.

Editoria de Arte

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