O zelador Jaílson Santos, 44, anda desde o Natal com mais duas chaves no bolso: as que abrem as portas das duchas do condomínio Gaivotas.
Há 14 anos no edifício de 61 apartamentos em frente à praia de Pitangueiras, em Guarujá (SP), é a primeira vez que ele tem de impedir o acesso dos condôminos aos dois chuveirões na área externa.
"O pessoal saía da praia toda hora para vir aqui tomar uma chuveirada e voltava. Tive que trancar as portas senão a água acabava", diz, antes de levar a Folha a duas das três caixas-d'água do condomínio que estão com o nível três vezes abaixo do normal.
Desde o dia 30, diz Santos, a água da rua só chega à noite, após as 22h, o que diminui muito a pressão nas torneiras. "Se o pessoal não for embora neste domingo (4), as torneiras vão ficar secas", avisa.
Outros edifícios na mesma via também enfrentam o problema da falta da pressão da água ou de abastecimento durante um período do dia.
No Biarritz, o morador que vai tirar a areia nos lava-pés encontra um fiapinho de água. "Tive que reduzir a pressão para o pessoal gastar menos água e tirei a ducha", revela Gilson Botelho, há dez anos zelador do local. "A água só chega à noite."
Na praia da Enseada, outros condomínios tiveram que cortar a ducha pós-praia.
"Não é nada agradável não poder se limpar antes de subir, mas o que vamos fazer?", diz a esteticista Tania Giro, 52, de São Paulo.
CONDOMÍNIO DO NEYMAR
Moradores do condomínio Acapulco, onde Neymar tem casa, na praia de Pernambuco, também relatam a diminuição do abastecimento.
"A água que vem da rua sai pouquinha de manhã e depois para. Se eu não tivesse reservatório e caixa d'água própria não daria para tomar banho", diz a comerciante paulistana Flavia Davanzo, 42, que tem casa no local.
Procurada, a Sabesp solicitou à Folha os endereços para realizar vistoria técnica, "uma vez que não há nenhuma ocorrência afetando o abastecimento destas localidades". Diz que, "em atenção aos moradores e turistas", técnicos irão "realizar inspeção de cada caso".
| Anderson Prado/Folhapress | ||
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| Síndico de condomínio em Guarujá, Jailson Santos está preocupado com falta de água |