Folha de S. Paulo


Adone Fragano (1923-2014) - Viveu cercado por 'italianidades'

Adone Fragano era um paulistano que passou a vida cercado por "italianidades". Viajou diversas vezes à terra natal de seus pais a trabalho e era casado com uma filha do "país da bota" —curiosamente, uma prima.

Maria chegou ao Brasil aos 17 anos para morar na mesma casa do futuro marido, pois suas mães eram irmãs por parte de pai. Casaram-se dois anos depois.

Enquanto construía uma família, Adone dedicou-se ao cinema. Em 1955, criou a Paulistânia Filmes, em sociedade com um casal de italianos ligados à cinematografia, produzindo os filmes "O Pão Que o Diabo Amassou" e "Macumba na Alta".

Foi ainda distribuidor de filmes (viajou diversas vezes à Itália para comprar películas) e produtor de cinema —é considerado o primeiro do país. Trabalhou como executivo em empresas como a Paris Filmes até fundar a sua própria, a Olympus Filme, em 1980, no mercado até hoje.

Adone foi responsável por distribuir produções que fizeram grande sucesso no Brasil, caso de "Marcellino Pane e Vino" (1955) e "King Kong" (1976). Foi premiado diversas vezes como cineasta. Apreciava as obras de Vittorio De Sica e Michelangelo Antonioni. Também demonstrou talento no esporte, colecionando medalhas na esgrima.

Gostava de acompanhar jogos de futebol e tênis e de fazer ginástica e caminhadas.

Morreu na segunda (29), aos 91 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa Maria, dois filhos, cinco netos e uma irmã. A missa do sétimo dia será na terça (6), às 19h, na paróquia São Dimas, na Vila Nova Conceição.

coluna.obituario@uol.com.br


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