Folha de S. Paulo


Não existe guerra entre bicicleta e carro, afirma ciclista dinamarquês

Presidente da Federação dos Ciclistas Dinamarqueses, Klaus Bondam diz que não há guerra contra motoristas de carro e que é preciso criar uma cultura para combinar o uso de vários tipos de transporte.

A cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, virou um símbolo para quem gosta de pedalar e tem uma meta ambiciosa: construir 467 km de estradas só para bicicletas, ligando a cidade a 21 municípios.

O projeto "Cycle Superhighways" é uma das prioridades da cidade neste ano. O objetivo é estimular a pedalada de quem viaja até a capital ou entre áreas vizinhas.

Folhapress
Ciclista na C95, um dos trechos já prontos da rede de estradas para bicicletas na Dinamarca; extensão será de 467 km
Ciclista na C95, um dos trechos já prontos da rede de estradas para bicicletas na Dinamarca

Leia abaixo trechos de sua entrevista à Folha.

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Folha - Quais os principais desafios para implementar ciclovias na Dinamarca?
Klaus Bondam - Não se faz mudanças desse tipo em dois, três anos. É algo que leva 10, 20. Basicamente, o que tem que ser feito agora é reconstruir as cidades com menos carros. Para uma pessoa pedalar, precisa de segurança. As pessoas não pedalam se não se sentirem seguras.

Como lidar com a resistência de motoristas de carros?
Não é uma batalha. Vários motoristas aqui usam bicicleta. Há uma cultura de que ter carro é ter liberdade. Mobilidade é liberdade. Você tem que trabalhar a cultura.

Qual sua opinião sobre as "superciclovias"?
É necessário ter facilidades básicas para o ciclista. Para mim, pedalar 5 km por dia não é problema, mas 10 km, talvez seja longo, então se tiver um trem no caminho, ajuda.


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