Folha de S. Paulo


Julieta Madia de Souza (1917-2014) - Casou no sítio com santos da igreja

Julieta Madia de Souza não casou na igreja, mas, religiosa que era, levou a igreja —ao menos os santos— até o sítio em que morava com a família, em Sorocaba (SP), para celebrar a união com Carlos, no final da década de 1930.

De um lado da sala, realizou o casamento civil; no outro, recebeu a bênção de Deus, frente ao altar com as imagens sacras emprestadas pela catedral à fiel que tanto ajudava.

Após as núpcias, foi viver em Bauru, onde participava do postulado de oração.

Em 1956, sua fé chegou às paróquias da capital paulista. Para garantir que os três filhos cursassem uma faculdade, sonho cultivado por Julieta, o casal mudou-se mais uma vez.

Aqui, ela participava das missas no Externato Casa Pia São Vicente de Paulo e na igreja Santa Teresinha, ambos na região central da cidade. Era muito devota de são José, tanto que batizou um dos filhos com esse nome.

Julieta tornou-se ao longo da vida uma mulher abnegada, influenciada pelo sofrimento enfrentado pela mãe, que de repente se viu sozinha para criar os filhos. O marido foi uma das vítimas do naufrágio do transatlântico Principessa Mafalda, em outubro de 1927, na costa de Salvador.

Sem saber que o italiano voltava naquele navio de uma viagem à terra natal, a família tomou conhecimento da morte por meio de uma carta enviada pelos responsáveis pela embarcação.

Morreu na quarta-feira (17), aos 97 anos, de falência de múltiplos órgãos. Viúva desde 1998, deixa os filhos, José Carlos, Francisco Alberto e Luiza Terezinha, além de oito netos e 12 bisnetos.

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