Folha de S. Paulo


Moradores de favela invadem terreno da USP

Mais de 200 pessoas estão acampadas desde a madrugada deste sábado (20) em terreno da Universidade de São Paulo na rua Pangaré, atrás do Hospital Universitário e próximo ao portão 3 da Cidade Universitária, no Butantã (zona oeste).

A maioria é moradora da favela São Remo, localizada ao lado do terreno. Há também funcionários da USP que não quiseram se identificar. Cerca de 600 famílias estão cadastradas no movimento.

Eles dizem ter apoio do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e do Movimento Luta Popular, que não foram encontrados até a conclusão desta edição. Segundo o grupo, o espaço está desocupado há mais de 20 anos.

Gustavo Epifanio/Folhapress
Terreno invadido fica próximo ao portão 3 da universidade
Terreno invadido fica próximo ao portão 3 da universidade

Procurada, a USP diz que tomará medidas cabíveis durante a semana para a retirada das famílias.

A Polícia Militar esteve no local de madrugada, quando cem pessoas começavam a construção das barracas. O grupo, segundo a PM, é pacífico e por isso nenhuma ação foi empreendida.

A PM informou que não é responsável pela reintegração de posse e só poderá dar apoio ao judiciário em caso de uma reivindicação do espaço pela USP.

A Folha esteve no terreno no sábado à tarde. As famílias tentavam aplainar o espaço e carpir o mato para a construção de novas barracas. Mulheres e crianças traziam colchões e vizinhos ajudavam com alimentos e ferramentas para o grupo.

Estava em curso também a construção de um "barracão" para abrigar a administração do espaço e uma cozinha comunitária.


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