Folha de S. Paulo


Pressionada, presidente da Sabesp admite que deixará cargo em 2015

Em carta a funcionários da Sabesp, a presidente da companhia, Dilma Pena, admitiu que não ocupará mais o cargo a partir do próximo ano.

A executiva se desgastou na condução da empresa durante a crise hídrica por que passa o Estado de São Paulo.

Sob a gestão de Dilma Pena, que está no cargo desde 2011, reservatórios de água que abastecem a Grande São Paulo bateram recordes negativos de armazenamento.

"Saio de férias até dia 02/01 e volto para fazer a transição para o sucessor que o Conselho de Administração nominar", escreveu ela, em carta destinada a diretores.

Zanone Fraissat - 08.out.14/Folhapress
Presidente da Sabesp, Dilma Pena, admite que deixará o cargo no próximo ano
Presidente da Sabesp, Dilma Pena, admite que deixará o cargo no próximo ano

A saída de Dilma já era dada como certa na cúpula do governo Geraldo Alckmin (PSDB), mas nunca foi admitida oficialmente.

Sua situação ficou insustentável após vazamentos de gravações dela. Na primeira, ela afirmou, em reunião com executivos da companhia, que uma "orientação superior" impediu a Sabesp de alertar a população sobre a necessidade de economizar água.

Em outro áudio, Dilma classificou de "teatrinho" a CPI na Câmara Municipal que tratava do contrato da Sabesp com a prefeitura. No episódio, ela conversava com o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), momentos antes de ser ouvida na sessão. A fala irritou vereadores. Dilma e Matarazzo se retrataram depois.

Editoria de Arte/Folhapress

MUITA CHUVA

Na carta de despedida, Dilma Pena demonstra cansaço após meses de crise na empresa: "Só hoje tenho condições de lhes escrever agradecendo, porque minha mente estava exigindo tempo, minha alma precisava calma, e meu coração paz."

Ela chama funcionários da empresa de "lutadores". "Estamos chegando ao final do ano não como vencedores, mas como lutadores. Ganhamos várias batalhas, mas não a guerra, ainda."

E finaliza: "Para todos vocês e suas famílias um FELIZ NATAL [...], e 2015 melhor que 2014, com muita chuva e trabalho profícuo."


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