Folha de S. Paulo


Alckmin veta projeto que proíbe uso de bala de borracha em São Paulo

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (19) que vetou o projeto aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que proibia o uso de bala de borracha pelos policiais civis e militares. O veto será publicado neste sábado (20) no "Diário Oficial" do Estado, segundo a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes.

Alckmin argumenta que a polícia necessita de liberdade para realizar seu trabalho. "A polícia tem protocolos. Precisa ter liberdade dentro dos seus protocolos de trabalho, dentro da sua competência, para poder administrar a maneira como estabelece a ordem pública, protege os cidadãos", disse o governador.

A Alesp aprovou o projeto de lei –de autoria da bancada do PT– em 3 de dezembro. Na época, o líder do partido na assembleia, João Paulo Rillo, observou que muitas pessoas atingidas por esse tipo de munição sofreram ferimentos graves. "O direito à livre manifestação é um imperativo da lei. O fato de jornalistas perderem a visão durante as manifestações de junho obrigou os parlamentares a dar uma resposta à altura", declarou.

O repórter fotográfico Sérgio Silva perdeu a visão após ter sido atingido por uma bala de borracha, no olho esquerdo, quando fazia a cobertura de uma manifestação na capital paulista, em 13 de junho do ano passado. "Bala de borracha é arma moderna, mas ainda de tortura", afirmou ele durante audiência pública realizada no mês passado.

Durante a audiência, Silva apresentou um documento, com mais de 45 mil assinaturas, pedindo que a bala de borracha deixasse de ser usada pela polícia de São Paulo em protestos.


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