Folha de S. Paulo


Mario Bachtold (1952-2014) - Cães e gatos mudaram a sua vida

Mario Bachtold não era um apaixonado por cães e gatos até uns 20 anos atrás. Seu gosto pelos bichinhos mudou ao acompanhar o trabalho da mulher, Osnilda, que com mais oito pessoas criou, em 2001, o primeiro abrigo para animais de Joinville (SC).

Ao se aposentar, dois anos mais tarde, Mario decidiu vender a enorme casa em que viviam, comprar um sítio e dar um lar ao bichos, que estavam em moradias provisórias.

Desde então, foi cativado pelos habitantes —atualmente 618— do canil e do gatil que coordenou até os últimos dias de vida. Tinha o maior orgulho de mostrar o trabalho da Associação Abrigo Animal.

Mais perto de casa mantinha o asilo. Noventa e cinco gatos e cães velhinhos, cegos, amputados ou com outro problema de saúde recebiam a atenção do casal Bachtold.

Osnilda conta que o marido se tornou outra pessoa ao conviver com os animais. "Antes, ele se preocupava com bens materiais. Depois que se envolveu com o abrigo, só pensava em usar o dinheiro que tinha com os bichos."

Os dois só trocavam a companhia dos "peludos" se fosse para se reunir com 15 casais de amigos que conheceram trabalhando na indústria têxtil Döhler. Sem Mario, restam 12 pares, além dos viúvos.

Morreu na sexta-feira (12), aos 62, de complicações causadas pelo diabetes. Deixa Osnilda, após 42 anos de casamento, a filha, Luciana, e os netos, Arthur e Henrique.

Dezenas de cães e gatos foram com seus donos ao enterro do "Mario do Canil".

No domingo (21), será rezada a missa do sétimo dia, a partir das 9h, na paróquia Cristo Redentor, em Joinville.

coluna.obituario@uol.com.br


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