Folha de S. Paulo


Favela do Moinho terá obras de saneamento e iluminação em janeiro

Invasão instalada há mais de 25 anos às margens da linha do trem, a favela do Moinho, em Campos Elíseos (região central de SP), deve começar a receber obras de iluminação pública e saneamentop básico a partir do final de janeiro.

O anúncio foi feito pelo prefeito Fernando Haddad (PT), que visitou a favela na tarde desta quinta-feira (18) acompanhado de técnicos da Sabesp e da Eletropaulo. As obras devem demorar ao menos dez meses.

A favela, que já pegou fogo duas vezes nos últimos três anos, tem cerca de mil famílias –boa parte delas resistentes a sair da área.

Victor Moriyama - 17.mar.13/Folhapress
Favela do Moinho, ao lado do viaduto Orlando Murgel, na região central de São Paulo
Favela do Moinho, ao lado do viaduto Orlando Murgel, na região central de São Paulo

A prefeitura apresenta, desde o ano passado, como opção aos moradores que tenham cadastro na Cohab (companhia municipal de habitação) serem transferidas para um condomínio popular que está sendo construído perto da ponte dos Remédios, na marginal Tietê. As obras estão em andamento.

Após um pronunciamento, o prefeito foi interrogado por diversos moradores, que pediram agilidade nas obras.

Para começar as intervenções, as concessionárias de luz e tratamento de esgoto dizem que será necessária a remoção de algumas moradias no local.
Os técnicos não souberam precisar quantas.

DISPUTA JUDICIAL

Com as obras, o prefeito diz que a área ficará mais segura, pois haverá água suficiente para combate a um eventual incêndio, e terá fim o esgoto a céu aberto.

Segundo Haddad, a área, que é federal, é alvo de uma disputa judicial que inviabiliza ações no local. O terreno havia sido arrematado por uma empresa num leilão. Porém, o pregão foi cancelado e a área devolvida à União.

A empresa ganhadora, porém, entrou na Justiça para reaver a área. "Por isso que as concessionárias têm dificuldade de entrar. Só agora conseguimos vencer essas formalidades que impediam investimentos e vamos garantir sanamento, água, esgoto e energia elétrica", diz o prefeito.

Ao mesmo tempo, a associação de moradores local diz que já apresentou um projeto popular de urbanização e resiste a sair da área, alegando que tem direitos sobre a terra.

Haddad disse que também será feita uma atualização do cadastro de moradores, que será registrado em cartório, para colocar as famílias em programas de moradia.

"O compromisso que os moradores assumiram é de que nenhuma família que decidir sair daqui para casa própria será substituída por uma de fora do cadastro, porque senão o problema não acaba nunca", disse.

O prefeito disse que buscará alternativas para os moradores que não queiram ir para o condomínio na região da ponte dos Remédios.
"Metade das pessoas quer moradia na região central em função das oportunidades de renda. A opção é fazer moradia mais perto", afirmou.


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