Folha de S. Paulo


Sem quórum, CPI que investiga casos de abuso sexual na USP é adiada

O quórum necessário para compor a CPI da Assembleia Legislativa criada para investigar casos de abuso e de estupros na Faculdade de Medicina na USP e de outras instituições não foi atingido e a investigação não poderá ser iniciada nesta terça-feira (16).

Com isso, os membros da comissão não foram votados, o calendário da CPI não foi aprovado e nem os requerimentos necessários para a investigação.

Ao todo, nove deputados foram chamados para compor a CPI, mas apenas quatro compareceram no horário, às 14h. São necessários cinco presentes para abrir a sessão.

Não compareceram Bruno Covas (PSDB), Ulysses Tassinari (PV), Jorge Caruso (PMDB) e José Bittencourt (PSD).

Estavam presentes Adriano Diogo (PT), que coordenará a CPI, Marco Aurélio (PT), Sarah Munhoz (PC do B) e Carlos Gianazzi (PSOL).

Carlos Bezerra (PSDB) chegou com uma hora de atraso. Apesar do quórum ter sido atingido com sua chegada, a sessão não pode ser reaberta por conta do horário.

"Isso é uma vergonha. Estou fazendo papel de bobo aqui", reclama Adriano Diogo. "É a desmoralização da casa, porque não avisam que o acordo estava rompido?", indaga.

Segundo o deputado, a expectativa é que, após conversas, o quórum seja atingido na quarta (17). Adriano Diogo teme que não haja tempo para ser instalada a CPI.

Ele não foi reeleito e só terá tempo hábil até 15 de março para coordenar a investigação. Também, com a troca da legislatura, esse é o prazo que a CPI terá na casa.

A CPI foi aberta depois de audiências públicas realizadas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia. Nela, vítimas foram publicamente relatar abusos na Faculdade de Medicina da USP e outros casos em outras instituições e na própria USP vieram à tona.


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