Folha de S. Paulo


Sobe nível do Guarapiranga, Alto Cotia e Rio Grande; Cantareira cai para 7,3%

O nível dos sistemas Guarapiranga, Alto de Cotia e Rio Grande subiu neste domingo (14). Já o principal reservatório que abastece a região metropolitana de São Paulo, o Cantareira, caiu 0,1 ponto percentual e opera com 7,3% de sua capacidade. O reservatório de Rio Claro também registrou queda.

No balanço divulgado diariamente pela Sabesp, o sistema Alto Tietê aparece sem indicação da quantidade de chuva e da capacidade do reservatório. Em nota, a Sabesp informou que o sistema caiu de 4,2% para 4,1% de sua capacidade neste domingo.

A Sabesp informa ainda que obteve autorização do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) para "captar mais 39,46 milhões de metros cúbicos da represa Ponte Nova, representando mais 6,6% ao volume útil. Com o volume adicional, hoje está em 10,7%. Esse acréscimo de volume não necessita de bombeamento, sendo possível a retirada através da descarga normal".

O reservatório Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da Grande São Paulo, está em uma situação crítica. De acordo com especialistas, o Alto Tietê depende de chuva intensa nas próximas semanas para não entrar em colapso em janeiro, antes mesmo do Cantareira.

O nível do Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de pessoas, subiu 1,4 ponto percentual em relação ao dia anterior e opera com 34,8% de sua capacidade. O sistema já acumula 87,8 mm de água em dezembro –o que representa pouco mais de 50% da média histórica para o mês de dezembro. É o melhor desempenho entre os seis principais reservatórios de São Paulo.

Outro que acumula quase 45% de água no mês em relação a média histórica é o sistema Rio Grande, que fornece água para 1,2 milhão de pessoas. O reservatório acumula 87,2 mm –a média história para o mês é de 194,8 mm– e opera com 64,3% de sua capacidade.

O nível do sistema Alto de Cotia subiu 0,1 ponto percentual neste domingo e opera com 30,3% de sua capacidade. O reservatório atende a 400 mil pessoas.

Já o nível do principal reservatório de São Paulo, que abastece cerca de 6,5 milhões de pessoas, baixou 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior e opera com 7,3% de sua capacidade. O sistema já utiliza a segunda cota do volume morto –água que fica abaixo das bombas de captação.

Em meio a pior crise hídrica da história, a redução da pressão usada para distribuir água na rede de abastecimento da Grande São Paulo foi até agora a principal estratégia de economia para o sistema Cantareira.

Esse recurso, utilizado pela Sabesp muitas vezes sem aviso prévio, deixou milhares de casas sem água durante noites e madrugadas. Ao mesmo tempo, ao "empurrar" menos água pelos canos, a estratégia reduziu o desperdício no sistema. Dados da Sabesp mostram que, por causa dessa ação, desde fevereiro 5,3 m³/s de água deixaram de sair do Cantareira, que antes da crise atendia 8,8 milhões de pessoas –agora são 6,5 milhões.

Editoria de Arte/Folhapress

Outro reservatório em que o nível baixou foi o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas. O sistema caiu 0,7 ponto percentual e opera com 25,9% de sua capacidade.

PATRULHINHA DA ÁGUA

Em São Paulo, crianças aprendem lições contra o desperdício e ficam no pé de adultos e amigos. Passando alguns dias com os avós durante as férias, Victor Hugo de Moura Monzani, 10, está aflito com a "missão" que abraçou nos últimos meses: a de controlar o desperdício de água em sua casa na Vila Mariana, zona sul.

"Se eu não tô [em casa], é difícil saber se todo mundo tá economizando. Eu sou um vigia 'forever alone' [sempre sozinho]", conta.


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