Folha de S. Paulo


Dupla planeja dar 'nova cara' para marcos de São Paulo

Do topo do prédio da Gazeta, observa-se uma av. Paulista "em sua magnitude" –da avenida Angélica ao Paraíso. É ali, sob a mais antiga antena de TV iluminada da cidade, que um empresário da noite quer abrir um misto de bar, restaurante e espaço de eventos em parceria com Alex Atala, premiado chef do D.O.M.

O esboço do projeto arquitetônico, com capacidade para 200 pessoas, está pronto. Mas nada saiu do papel ainda –a negociação se desenrolou neste semestre, diz Facundo Guerra, 40, que já é sócio do bar Riviera com Atala.

Os dois –juntos ou separados– também têm planos de transformação de outros dois lugares simbólicos da cidade: o antigo clube de rock Aeroanta e o Mercado Municipal de Pinheiros (zona oeste).

No primeiro caso, já há previsão de uma nova casa de shows até setembro de 2015. No segundo, conversas para que ele seja uma "embaixada da cozinha brasileira". Mas a principal ambição é a do empreendimento da Paulista. "Já temos o ok da fundação [Cásper Líbero, dona do prédio] para o projeto; a expectativa é assinarmos o contrato no começo de 2015", diz Facundo. Procurada, a instituição não foi encontrada.

"Todo mundo tem referência da Paulista do chão. Nossa ideia é mostrar a avenida de cima", diz o empresário. "Lá, a cidade fica próxima de você, não fica em miniatura como no Terraço Itália."

O projeto, nas palavras de Facundo, é "megalomaníaco" e levaria dois anos para ser concretizado. "Quando o Alex conheceu [o espaço], ele ficou transtornado", conta.

"Tenho muita vontade de fazer [esse restaurante] na Gazeta. Por mim, pela cidade, pelo que aquele lugar pode ser", diz Alex Atala. "Mas é difícil fazer isso parar em pé com o tamanho do investimento de que precisamos." Quanto? "É um número proibitivo."

Facundo não cita valores, mas fala em "alguns milhões". Segundo ele, porém, há dois investidores potenciais, "muito interessados". Sobre o cardápio, Atala –que não assinou contrato até agora, mas fala em um "acordo de cavalheiros"- é evasivo. "Nem pensei nisso." Facundo adianta o conceito: a ideia é "interferir o mínimo possível para que o ingrediente apareça".

Ele se define como "cão farejador", em referência ao seu histórico de achar pontos como esses –à semelhança de seu extinto clube Vegas, no Baixo Augusta, e do bar Riviera, no encontro da Paulista com a Consolação.

Colaboraram ANA PAULA BONI e MAGÊ FLORES, de São Paulo


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