Folha de S. Paulo


'Ônibus lotado é a qualquer hora ou lugar', diz moradora de São Paulo

Apesar das iniciativas da gestão Fernando Haddad (PT) para tentar melhorar o transporte público em São Paulo, os passageiros ainda reclamam de demora e lotação nos ônibus. E quem usa o carro reclama de piora nos congestionamentos.

"Aqui, é ônibus lotado, a qualquer hora, para qualquer lugar", diz Bianca Martins, 19. Todos os dias, ela sai de casa no Grajaú e vai a Interlagos (bairros na zona sul), para a escola em que trabalha.

Bianca afirma duvidar que o corredor projetado para a avenida Belmira Marin, no Grajaú, saia do papel um dia. "Aqui, só passa ônibus pequeno, dificilmente você vê um biarticulado como esses que andam nos corredores", diz.

Para ela, a situação melhorou com a criação de uma faixa de ônibus na avenida, mas houve piora devido à reformulação das linhas na região.

Zanone Fraissat/Folhapress
Maria de Fátima Pedrosa, que mora no Jardim Marajoara/ Bianca Martins, 19, moradora do Grajaú que trabalha em Interlagos
Maria de Fátima Pedrosa, que mora no Jardim Marajoara/ Bianca Martins, 19, moradora do Grajaú que trabalha em Interlagos

Agora, vários ônibus que seguiam do seu bairro direto para o centro passaram a sair do terminal Grajaú. "É um furdunço", reclama Bianca.

A mudança das linhas trouxe um transtorno extra para a jornada ao trabalho.

"Agora, tem protesto toda hora aqui por causa disso, eles fecham a rua e causam ainda mais trânsito."

A secretária Maria Isabel Ferreira dos Santos Souza, 27, concorda com Bianca, e diz que os coletivos continuam lotados na região.

Todos os dias, ela pega três ônibus para ir do Jardim Lucélia (região do Grajaú) até a Granja Viana (zona oeste). "Mesmo com as faixas, gasto uma hora e meia no trajeto."

Se o corredor for implantado, a viagem deve ficar mais rápida, afirma ela,

"Porque os motoristas vivem entrando na faixa, ninguém respeita. Já o corredor tem uma separação que dificulta a invasão", diz.

Editoria de Arte/Folhapress

TRÂNSITO

Quem não é usuário do transporte público também reclama. Diz que a política da gestão Haddad de prioridade aos meios coletivos tem resulta em piora da lentidão em todas as regiões da cidade.

A professora Maria de Fátima Pedrosa, 60, mora no Jardim Marajoara (zona sul) e dirige pelo corredor norte-sul quase todos os dias para levar a mãe para tratamentos em hospitais perto da via.

Ela diz que, como a mãe é cadeirante e tem a saúde debilitada, é impossível usar ônibus. E que, desde a criação das novas faixas, no ano passado, o trânsito "está péssimo".

"Piorou muito. E as pessoas não respeitam, tem ônibus que invade a nossa faixa e tem carro que invade a faixa deles. Fica uma confusão."

Ela conta que precisa se programar, porque agora chega a ficar uma hora e meia no trânsito. "Na semana passada, tive que sair de casa antes das 6h para conseguir levar minha mãe na consulta das 8h na Beneficência Portuguesa. Eu tento cortar por ruas internas, mas tem hora que não tem para onde fugir."

Zanone Fraissat/Folhapress
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