Folha de S. Paulo


É preciso estudar 'tarifa diferenciada' para reduzir gasto, diz Braga

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (11) uma nova mudança na pasta responsável por administrar a crise da água –que já havia passado por uma troca de comando oito meses atrás.

O atual secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, que assumiu em abril com a missão de gerenciar a maior crise hídrica do Estado em pelo menos um século, será substituído pelo engenheiro civil Benedito Braga, 67, a partir de janeiro de 2015.

O novo titular da pasta é um defensor de punir, por meios econômicos, o consumo excessivo de água. Na prática, adota discurso ao encontro das últimas declarações de Alckmin –que estuda sobretaxa na conta para punir os chamados "gastões".

A proposta chegou a ser anunciada no primeiro semestre por Arce, mas a gestão tucana recuou em seguida. Agora, voltou a ser cogitada.

Novo secretário diz que é preciso estudar uma "tarifa diferenciada" para inibir o desperdício de água.

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Leia a seguir trechos da entrevista concedida por ele nesta quinta.

O que fazer no curto prazo para enfrentar a crise da água?
Benedito Braga - No curto prazo há a necessidade de que todos se conscientizem da situação e contribuam para atuarmos no controle da demanda. Porque a curtíssimo prazo não há como aumentar a oferta de forma significativa.

Como controlar demanda?
Temos de trabalhar com instrumentos econômicos. O bônus é instrumento econômico no sentido positivo e precisamos estudar, agora, o instrumento econômico para coibir o uso excessivo. Não é multa. Precisamos discutir qual o melhor instrumento. É uma tarifa diferenciada.

O governo errou até agora?
As medidas tomadas foram na direção certa.

Se não chover em abril, a situação será crítica?
Sem dúvida nenhuma. A população tem que estar atenta. Não é porque deu enchente na zona leste que as coisas estão bem. São chuvas muito localizadas e o solo precisa ainda receber mais água superficial.


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