Folha de S. Paulo


José de Oliveira Messina (1928-2014) - Cultivava com orgulho as origens sicilianas

O paulistano José de Oliveira Messina era um descendente de italianos, mais precisamente sicilianos, que cultivava com prazer —e, às vezes, rigor— as suas origens.

Citava provérbios da terra dos antepassados, fazia questão de um almoço de domingo com penne ou tagliatelle alla norma e só falava em siciliano com a família.

A admiração pelas coisas ligadas à Itália incluía ainda o centenário colégio paulistano Dante Alighieri, no qual estudou e onde ocupava o cargo de presidente desde 2008.

Sob sua gestão, a escola passou por mudanças pedagógicas (turmas com certificado nacional e internacional), estruturais (acessibilidade e maior número de salas) e tecnológicas (lousas digitais e uso de tablets).

Antes de se dedicar ao Dante, chegou a ser procurador-geral do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Era formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde conheceu a mulher, Myrian —apesar de terem sido contemporâneos no mesmo colégio em que estudariam filhos e netos.

Também publicou livros de poesias, contos e crônicas, deu aulas e foi jornalista.

Integrou várias entidades —como a Academia Paulista de Educação e a de Direito—, parte ligada à Itália —caso do Circolo Italiano. Foi ainda conselheiro da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Costumava passar com a mulher alguns meses do ano, normalmente durante o inverno brasileiro, na casa que herdou no velho continente.

Morreu na quarta-feira (3), aos 86, de câncer. Deixa Myrian, após 56 anos de casamento, seis filhos e 13 netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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