Folha de S. Paulo


Oito detentos cavam buraco em parede e fogem de presídio em São Luís (MA)

Oito detentos fugiram na madrugada deste domingo (7) por um buraco feito na parede de uma das celas da CCPJ (Central de Custódia de Presos de Justiça), em São Luís (MA).

A unidade não pertence ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que ficou conhecido nacionalmente por ser palco de rebeliões, fugas, e decapitações de presos.

Devido à fuga, vigilantes das guaritas e o operador do sistema de monitoramento por vídeo que estavam de plantão foram afastados, segundo informações da Sejap (Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária).

O governo informou, em nota, que "uma sindicância foi instaurada para investigar as circunstâncias da fuga e apurar responsabilidades".

Segundo a secretaria, buscas pelos fugitivos estavam sendo feitas neste domingo. Até o início da noite, nenhum dos detentos havia sido recapturado.

Os foragidos, de acordo com a Sejap, são Adailton da Silva Alves, Francisco Linhares de Araújo, Maciel Ferreira da Silva, Marco Gomes de Moraes, Natanael Nogueira Pereira, Natanael Costa Carneiro, Varderluz Gomes da Silva e Klebrson Gomes Ferreira.

CRISE PENITENCIÁRIA

Em setembro deste ano, o secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, Sebastião Uchôa, foi demitido após repetidas fugas em Pedrinhas.

Desde 2013, o presídio "mais temido do país" já registrou 77 assassinatos de presos.

Por causa da violência, Pedrinhas foi classificado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) como "extremamente violento" e "sem condições de manter a integridade física dos presos".

O presídio, que vive um cenário de superlotação, chamou atenção de órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos pela quantidade de presos mortos -60, só em 2013- e pela barbárie no local -alguns dos detentos foram decapitados e esquartejados pelos próprios companheiros de cela.

Governador eleito ainda no primeiro turno, Flávio Dino (PC do B) disse em entrevista à Folha que irá tentar resolver os problemas das prisões no Maranhão recuperando a autoridade sobre o sistema penitenciário, hoje comandado por duas facções criminosas, e implantando novas estruturas físicas, para descentralizar a execução penal de São Luís.

Segundo ele, Pedrinhas tem 2.200 presos para 1.700 vagas.


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