Folha de S. Paulo


Seca espanta turistas de prainhas de água doce em São Paulo

Paulo Gonçalves/Folha da Região
Com seca, pedalinhos estão encostados em prainha de Pereira Barreto
Com seca, pedalinhos estão encostados em prainha de Pereira Barreto

A seca que atinge o Sudeste afeta balneários de água doce formados por rios como o Paraná e o Tietê.

Em Pereira Barreto, município a 623 km da capital paulista banhado pelo Tietê, a prainha Pôr do Sol, que costumava atrair cerca de 2.000 pessoas nos fins de semana, hoje não recebe nem 400, de acordo com a prefeitura.

A praia propriamente dita está quase sem uso. Os pedalinhos estão encostados no barranco de terra.

A água da represa recuou até 200 metros da margem original, segundo a prefeitura. No local que antes era procurado para mergulho restou apenas barro e grama.

"Perdemos a nossa praia. Nunca vi uma seca tão forte", disse a secretária de Turismo Maria Lúcia Sossoloto.

O turismo de pesca também foi prejudicado. As reservas em hotéis que oferecem barcos caíram à metade, e barqueiros estão sem emprego.

'LAGO PROFUNDO'

Em Ilha Solteira, a 660 km de SP, a placa em um dos balneários no rio Paraná com a mensagem "área proibida para banhistas - local profundo" contrasta com a terra e a grama que cresceu com a seca.

Na praia Catarina, a mais frequentada por banhistas, a visitação caiu 70% nos fins de semana desde setembro.

A água recuou cerca de cem metros, na estimativa da prefeitura da cidade. As boias de segurança, que antes marcavam o limite para mergulho, agora se encontram em terra seca.

Funcionários do balneário e bombeiros orientam os turistas a evitar o mergulho, porque há galhos no fundo do lago que podem prender o banhista, segundo a diretora de Turismo, Osmarli Ueno.

As prainhas em Pereira Barreto e Ilha Solteira foram criadas a partir do represamentos dos rios para geração de energia.

De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que administra a vazão dos reservatórios, diante da estiagem dos últimos meses foi necessário controlar o fluxo de água.

A medida afeta não apenas o turismo em represas, mas a navegação nos rios.


Endereço da página: