Folha de S. Paulo


Garagem subterrânea da praça Roosevelt abre cobrando R$ 5 a 1ª hora

O estacionamento subterrâneo da praça Roosevelt, na região central de São paulo, começou a funcionar nesta segunda-feira (1º)

São 533 vagas, das quais 426 para automóveis, 67 para motos e 40 para bicicletas. O funcionamento é 24 horas.

Para os carros, a primeira hora custa R$ 5 e as demais R$ 2. A diária de 12 horas custa R$ 15 e uma vaga de mensalista sai por R$ 200.

Motos pagam R$ 3 a primeira hora e R$ 1 as demais. A diária custa R$ 7 e o mês, R$ 100. O uso do bicicletário é gratuito, mas os ciclistas precisam levar o próprio cadeado.

VALORES CARRO MOTO
1ª hora R$ 5,00 R$ 3,00
Hora adicional R$ 2,00 R$ 1,00
Diária (12 h) R$ 15,00 R$ 7,00
Mensal R$ 200,00 R$ 100,00

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável pelo local, os preços foram definidos "mediante pesquisa de mercado em determinados estabelecimentos do gênero".

A garagem não tem manobrista, o próprio motorista estaciona e leva a chave. O controle é feito por cancela eletrônica e tíquete, que precisa ser pago em um guichê.

ATRASO

O estacionamento, construído pela prefeitura, é inaugurado com atraso e preço maior que o inicial.

A garagem estava prevista desde a reforma da praça, finalizada em 2012. Mas foi preciso fazer uma nova licitação, no valor de R$ 12 milhões, para adaptar o espaço.

Prevista para terminar em janeiro passado, a obra atrasou mais de dez meses e teve o valor final acrescido em R$ 742 mil.

Ainda foi preciso fazer licitação que selecionou uma empresa para operar o estacionamento e instalar cancelas, câmeras e sistema de cobrança.

A vencedora foi a TB Serviços, contratada por 12 meses por R$ 1,1 milhão. Pelo contrato ela também ficou responsável por outras duas garagens abertas neste ano nos terminais de ônibus Pinheiros (zona oeste) e Jardim Ângela (zona sul).

Inicialmente, a garagem da Roosevelt fazia parte de uma concorrência maior, que incluía a construção de estacionamentos subterrâneos no Mercadão e na 25 de Março.

Quem ganhasse a operação da Roosevelt teria que construir e operar as outras duas unidades.

Relançada no início da gestão Fernando Haddad (PT), a licitação acabou barrada pelo Tribunal de Contas do Município, que questionou as tarifas estipuladas.

O edital permitia que fosse cobrado, por três horas de estacionamento, até R$ 36,27 na Roosevelt. Agora, o valor por três horas será R$ 9.

POLÍTICA

A facilidade para estacionar vai na contramão da política de restrição ao transporte individual implementada pela gestão Haddad.

O Plano Diretor elaborado pela administração, por exemplo, restringe vagas em garagens de edifícios para incentivar um maior uso dos transporte coletivos.

A instalação de estacionamentos públicos é incentivada desde que fisicamente conectados a terminais de ônibus ou estações de trem e metrô, e localizados, preferencialmente, em bairros da periferia ou nas rodovias.

Para parte dos especialistas, ampliar estacionamentos é enxugar gelo –eles incentivam as viagens de carro atraindo a demanda reprimida para regiões sem infraestrutura adequada. Em pouco tempo, a oferta de vagas se mostra insuficiente, e a atração de mais carros só agrava os congestionamentos.

Mas enquanto uma ala de especialistas vê na medida restritiva a única maneira de inibir o uso do carro na cidade, como é tendência em países europeus, outros setores apontam como inevitáveis as garagens para reduzir no curto prazo o deficit nas vagas.

Pesquisa da Ernst & Young aponta que seriam necessárias 125 mil para atender a demanda de bairros do centro expandido –onde a falta de vagas e a alta dos alugueis cobrados dos operadores de estacionamentos inflacionam os preços.


Endereço da página:

Links no texto: