Folha de S. Paulo


Com crise hídrica, quais os riscos de SP ficar sem água em 2015?

Editoria de Arte/Folhapress

Com o atual ritmo das chuvas, o nível das represas do Cantareira –o principal sistema de abastecimento da Grande SP– deve começar a subir nas próximas semanas.

Mas uma enorme interrogação remete para abril, quando se inicia outro período seco: vai faltar água para os paulistanos em 2015?

Não há uma resposta certeira. Ao contrário. A diferença entre a previsão dos especialistas e a do governo do Estado é de bilhões de litros.

Segundo a Somar Meteorologia, as chuvas do próximo verão ficarão dentro da média histórica para a região.

Mas essa informação permite duas interpretações. Para o governo, significa que todo o volume morto será recuperado e cerca de 25% do volume útil serão preenchidos.
A gestão tucana promete ainda obras para diminuir a dependência do Cantareira e atenuar a crise.

Já para especialistas, chuvas na média não vão resolver a atual crise.

Segundo eles, a Grande SP tem chances reais de entrar em colapso de abastecimento em 2015, se nenhuma medida drástica for tomada, como uma forte redução no consumo de água. A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) descarta um racionamento.

"Seguramente, a situação de março de 2015 será pior do que a deste ano", afirma Marussia Whately, do Instituto Socioambiental.

"Se continuarem sendo retiradas as vazões atuais, e com chuvas na média, vai sobrar só um pouco do segundo volume morto", diz o engenheiro José Roberto dos Santos, professor da Universidade de Mogi das Cruzes.

Além do que sai e do que entra nos reservatórios, existem outras variáveis em jogo.

Por exemplo: a evaporação das represas e o chamado efeito esponja –como o solo está muito seco, as águas das chuvas entram na terra rachada e não se acumulam. Todos concordam: a crise não acaba em 2015.


Endereço da página:

Links no texto: