Em 2001, Ronilton Medeiro era líder de uma das 35 galeras, as gangues de jovens de Boa Vista. Aos 21 anos, estava foragido, suspeito de tentativa de homicídio, quando a prefeitura foi atrás dele.
Queriam lhe fazer uma proposta: apoio jurídico para enfrentar as acusações em troca da ajuda para formar o Crescer, um programa de reintegração social de jovens como ele, envolvidos com brigas, roubos e tráfico de drogas.
Antes inimigos mortais, os membros das galeras tiveram que aprender a conviver diariamente. Passaram a ocupar suas tardes com oficinas de cultura, esportes e cursos profissionalizantes.
Anos após um início turbulento, em que o projeto foi acusado de "financiar bandido", Boa Vista caiu da 9ª capital em homicídios de jovens, em 2000, para a 22ª, em 2012, segundo o Mapa da Violência.