Folha de S. Paulo


Seminário na USP vai discutir violência contra a mulher na universidade

Nesta terça-feira (25), quando é comemorado o Dia da Não Violência contra a Mulher, haverá um evento na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) para discutir a violência contra a mulher.

O evento é organizado pela coordenação do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública que vai discutir a violência sexual contra a mulher e outras formas de violência contra elas na universidade.

As palestras são abertas ao público e começam às 18h30 (veja programação abaixo). No evento, a Defensoria Pública também vai lançar uma cartilha sobre o assédio sexual e onde e como a mulher pode fazer para denunciar. No folder é explicado também o que é o assédio sexual, a diferença desse tipo de crime para uma paquera e o que diz a legislação.

O folder faz parte da campanha "Chega de Fiu Fiu", criada pela ONG Think Olga, que tem como objetivo acabar com o assédio sexual contra mulheres em locais públicos.

A defensora pública Ana Rita Prata aponta que o folder faz parte de um trabalho de conscientização das mulheres, sobre seus diretos, e também de homens, que podem cometer algum delito ao assediar uma mulher na rua. "Esse senso comum de que mexer com mulheres na rua é um comportamento natural do homem está equivocado. Isso é assédio, não paquera, afeta o direito à intimidade da mulher", disse ela.

Recente pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra a tolerância da sociedade com o assédio e as agressões às mulheres, e culpa as vítimas pela violência sofrida.

Os dados mostraram que 26% dos entrevistados ouvidos pelo instituto concordam que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas. Para estes, a vítima deve ser responsabilizada pelo ataque, seja por usar roupas provocantes, seja por não se comportar de maneira adequada. "Imputar o assédio à mulher pela roupa, pelo comportamento ou pelo lugar que ela anda é inaceitável. São os homens que devem se conscientizar que determinados comportamento violentos são criminosos", observa Ana Rita.

Recentemente, alunas do curso de Medicina da USP denunciaram casos de estupro em festas universitárias. A Folha mostrou que um relatório aponta 'abusos constantes' na Faculdade de Medicina da USP. O documento foi feito pela comissão nomeada para avaliar a série de denúncias de violação de direitos humanos entre alunos do curso mais concorrido no vestibular da universidade

O relatório com as propostas da comissão será votado na quarta-feira (26) pela congregação da faculdade.

Divulgação

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