Folha de S. Paulo


Empresas de ônibus que operam nas capitais querem tarifa maior

As empresas de ônibus que operam nas principais capitais do país vão chegar ao fim deste mês com um deficit de 14% das tarifas em relação aos custos de operação.

É o que informou o presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano), Otávio Cunha, nesta quinta-feira (20), dizendo que, até o fim do ano, não vê outra solução para as cidades além do reajuste do setor, que está sem aumento desde junho de 2013, quando protestos se espalharam por todo o país.

Segundo ele, em muitas cidades, contratos assinados entre governo e empresas preveem reajuste anual, mas isso não está sendo cumprido.

No caso de São Paulo, a preocupação de Cunha é com o custo da subvenção que a prefeitura terá que arcar caso não haja reajuste. Segundo ele, de um custo de R$ 1,7 bilhão para complementar a tarifa, o valor deve ultrapassar os R$ 2 bilhões em 2015.

Auditoria contratada por R$ 4 milhões pela Prefeitura de São Paulo avalia a contabilidade informada pelas empresas de ônibus.

A análise, que deve ser concluída ainda neste ano, servirá de base para a nova licitação do transporte, em 2015, e para atualizar o modelo de cálculo da passagem e da tarifa paga às viações.

O SPUrbanuss (sindicato das concessionárias) informou que aguarda os resultados da auditoria e de um possível novo arranjo logístico e financeiro nos contratos.

Para o sindicato, a ampliação de corredores exclusivos de ônibus ajudou a diminuir o impacto dos custos, uma vez que houve incremento de passageiros e menos gastos com combustível, mas que só isso não é suficiente.

O órgão avalia que uma nova forma de distribuição da frota, com viagens mais curtas e rotas mais planejadas, também ajudaria a evitar ampliação no subsídio.

Em relação ao reajuste da tarifa, o sindicato afirmou que é uma decisão que cabe à prefeitura, assim como arcar com possíveis deficit no sistema, e que as empresas, sendo remuneradas, irão prestar os serviços normalmente.


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