Muitos brasileiros contaram com os ensinamentos da italiana Anna Sinigaglia Mantovani para passar no vestibular, principalmente quando as disciplinas de exatas tinham um peso maior.
Formada em matemática aplicada pela Universidade de Milão, aqui no Brasil ela encontrou nas aulas particulares uma forma de realizar o desejo de ensinar. Lá, chegou a ser assistente de professores da instituição, mas deixou a sala de aula para ajudar o marido, Fortunato.
Conta a família que tinha verdadeira adoração pelos jovens que a procuravam para entender melhor os números.
Com a mãe e as duas filhas, Anna deixou a terra natal em 1951 para encontrar Fortunato, que estava em São Paulo.
Trouxe ainda muitas saudades do irmão e das amigas que lá ficaram, além de histórias da Segunda Guerra, quando tiveram de morar em um sítio com outras pessoas.
Voltou poucas vezes para o velho continente, mas trocava correspondências com as amigas e, nos últimos anos, acompanhava as notícias pelo canal italiano de TV Rai.
Além dos números, gostavam das letras; livros eram seu passatempo favorito.
Pensava que não chegaria aos cem anos, por isso fez uma aposta com um amigo da mesma idade. Na festa de seu centenário, em agosto, disse à viúva dele: "E você, quando encontrar com ele, diga que eu ganhei a aposta".
Morreu no domingo (9), de pneumonia. Viúva desde 1987, deixa as filhas, Isabella e Marta, um neto e três bisnetos. A missa do sétimo dia será às 18h de segunda (17), na paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, no Jardim Paulista.