Folha de S. Paulo


Revitalização da Marina da Glória é aprovada com ressalvas por Iphan

O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) aprovou com ressalvas o projeto de revitalização da Marina da Glória elaborado pela BR Marinas, concessionária que assumiu a área após a saída do Grupo EBX, do empresário Eike Batista.

Em nota, o Instituto destacou onze pontos positivos da nova proposta, como a recuperação "de áreas atualmente degradadas e privatizadas" do Parque do Flamengo e o resgate "dos desenhos e das propostas anteriormente elaboradas por Roberto Burle Marx para a área".

De acordo com a avaliação da Câmara Técnica de Arquitetura e Urbanismo do Conselho Consultivo do Iphan, o projeto encaminhado neste segundo semestre de 2014 apresentou "ganhos qualitativos" que justificaram sua aprovação.

Rafael Andrade/Folhapress
Vista da Marina da Glória, na zona sul do Rio, que deverá ser revitalizada
Vista da Marina da Glória, na zona sul do Rio, que deverá ser revitalizada

Apesar do aval, o Iphan determinou que sejam atendidas oito recomendações, entre elas: a eliminação do gradil previsto ao redor do estacionamento da Marina e o detalhamento do projeto paisagístico.

A revitalização da Marina da Glória –sede do torneio de vela nos Jogos Olímpicos Rio 2016– foi alvo de inúmeras críticas de arquitetos, urbanistas e moradores nos últimos quatro anos.

Desde o primeiro projeto apresentado por Eike Batista, em agosto de 2010, outras versões foram elaboradas. O Iphan, no entanto, sempre reprovou as propostas por considerar que não respeitavam o tombamento da área. O plano inicial previa, por exemplo, a construção de um centro de convenções dentro da Marina.

"A solução arquitetônica apresentada foi muito zelosa com o que já existe. O projeto mantém a marina como marina", disse Washington Fajardo, presidente do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio, que aprovou a proposta da BR Marinas antes do Iphan.

Ele não soube dizer, no entanto, o número de estabelecimentos comerciais, como restaurantes e lojas, previstos no projeto.

Procurada pela Folha, a BR Marinas não forneceu informações sobre o plano de revitalização aprovado pelo Iphan.


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