Folha de S. Paulo


Governador do Rio diz que acatará decisão para transpor Paraíba do Sul

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta quarta-feira (5) que deverá acatar a decisão da ANA (Agência Nacional de Águas) sobre uma possível transposição de água da bacia do rio Paraíba do Sul para as represas de Jaguari, no sistema Cantareira.

Nesta quarta, o presidente da ANA, Vicente Andreu, afirmou que a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de transposição das águas é tecnicamente viável. A afirmação foi feita durante a CPI da Sabesp na manhã de hoje.

Alckmin quer interligar as represas Jaguari, da bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, no sistema Cantareira. A proposta é polêmica porque o Paraíba do Sul é principal fonte de abastecimento do Rio, que é contra o aumento da retirada de água do rio por São Paulo.

"Se os técnicos chegaram a essa conclusão, eu só tenho a acatar. Claro que não vou deixar nunca o Estado do Rio de Janeiro ser prejudicado", afirmou Pezão ao sair de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.

Segundo o governador, o tema não foi discutido no encontro. "Vim para nós nos darmos os parabéns um para o outro. Só congratulações", explicou.

Questionado se continuaria brigando com São Paulo pela decisão de transpor as águas ou não, Pezão disse não estar brigando com ninguém. "Me relaciono otimamente com o governador Geraldo Alckmin. Sempre. É um rio com regulação federal. Então [temos que] seguir o que determina a legislação federal, a ANA, a Aneel, o ministério do Meio Ambiente. Quem regula são eles", disse.

O governador ponderou ainda sobre o uso do rio Paraíba do Sul e disse que ele não é destinado apenas à geração de energia. "Ele já foi importante para a geração de energia. Mas hoje ele é fundamental para o abastecimento de água do Rio e da região metropolitana do Rio. Quando as turbinas giram ali é que manda a água", disse.

O tom adotado por Pezão hoje é mais conciliador do que o de tempos atrás. Em março, o então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que "jamais" permitiria a retirada da água "que abastece o povo fluminense".

Pezão está em Brasília para cumprir agendas do seu partido. Durante a manhã ele participou da reunião do conselho político do PMDB. Logo após o encontro com Dilma, o governador e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, foram convidados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para acompanharem a votação do projeto que altera o indexador da dívida dos estados.


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