O diretor de operações da SPTrans, Almir Chiarato, afirmou na tarde desta quarta-feira (5) que a Prefeitura de São Paulo multará as empresas de ônibus por todas as partidas que não foram cumpridas durante a paralisação de duas horas que ocorreu pela manhã. A punição será aplicada com base nos registros dos GPS instalado nos coletivos.
A empresa, porém, não informou o valor da multa que deverá ser aplicada. Ela disse ainda que registrará um boletim de ocorrência contra o sindicato da categoria por causa da paralisação que afetou todos os terminais da cidade e prejudicou cerca de um milhão de passageiros.
O ato foi motivado pelo aumento dos ataques a ônibus –alvo de incêndios pela cidade desde 2013. O estopim foi a morte do motorista John Brandão, 40, em 22 de outubro, após ter 70% do corpo queimado em um ataque.
"A reivindicação deles é justa, mas não precisa parar a cidade e prejudicar a população", disse Chiarato.
"É uma manifestação pela vida, e não pelo patrimônio. A população precisa se conscientizar de que queimar ônibus não resolve nada. Virou moda, queimar ônibus hoje é como queimar lixo", disse José Valdevan, presidente do sindicato dos motoristas.
Para minimizar os transtornos, a SPTrans afirmou que diversas linhas foram desviadas para evitar que os ônibus ficassem presos nos terminais. Os veículos mudaram o ponto final para locais próximos de estações de metrô e trem.
O SP-Urbanuss (sindicato das empresas) diz que "apoia a causa", mas "não compactua com a paralisação".
Inicialmente o protesto teria quatro horas de duração, mas foi reduzido, segundo o sindicato, após apelo da Secretaria da Segurança Pública.
Uma reunião com a pasta no fim da noite de terça decidiu que os trabalhadores integrarão uma comissão criada para tratar dos ataques a ônibus.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse na terça que a polícia está empenhada em descobrir e prender rapidamente quem participa dos ataques.
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RAIO-X DO TRANSPORTE COLETIVO
8.809
é a frota de ônibus das 14 viações em São Paulo
800
linhas de ônibus são operadas pelas empresas
4,5 milhões
de viagens são feitas por dia, em média, nos ônibus das viações
118
ônibus de empresas já foram incendiados em 2014, contra 53 no ano passado
37 mil
motoristas e cobradores de ônibus atuam em São Paulo
Fonte: SPTrans; SP-Urbanuss