Folha de S. Paulo


Após reunião com polícia, motoristas decidem fazer greve de 2 horas em SP

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, José Valdevan de Jesus Santos, concordou em reduzir de quatro horas para duas horas a greve de ônibus programada para acontecer nesta quarta-feira (5) na capital. O protesto começará às 10h.

A decisão foi tomada na noite desta terça (4) durante reunião com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, e os comandos das Polícias Civil e Militar. Os motoristas e cobradores pedem mais segurança para trabalhar.

"Atendemos ao apelo do secretário [Segurança] e antecipamos o fim do ato para o meio-dia. No entanto, não podemos desmobilizar a categoria, pois é preciso alertar a sociedade sobre a violência que estamos sofrendo", disse Santos, conhecido como Noventa.

O secretário se comprometeu a criar uma comissão formada por pelos sindicatos dos trabalhadores, empresários, além de representantes dos poderes estadual e municipal para buscar soluções conjuntas para a questão. Segundo a SSP, já foram presos no Estado 78 criminosos que atuarem em ataques contra coletivos, dos quais 58 deles somente na capital.

Entre os criminosos presos está o responsável pela morte do motorista John Carlos Soares Brandão, 40, que morreu por causa das queimaduras sofridas durante a queima de um ônibus na zona norte. Foram quatro suspeitos, entre ele o suposto responsável pelo atentado.

Eles vão responder por associação criminosa, homicídio qualificado, incêndio qualificado, furto, constrangimento ilegal e corrupção de menores.

Na manhã desta terça, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) classificou a greve como desnecessária. "Não tem sentido você penalizar a população. Você tem 'n' maneiras de chamar a atenção, de pressionar, de cobrar, que não seja a greve", diz o governador.

Segundo a prefeitura, o Paese (plano de emergência) será acionado para reduzir o impacto da paralisação dos motoristas.

ÔNIBUS QUEIMADOS

O número de ônibus incendiados em São Paulo neste ano é mais que o dobro do registrado em 2013 inteiro.

Dados do SPUrbanuss (sindicato das empresas de ônibus) apontam que 141 veículos foram queimados de janeiro até o último domingo (2). No ano passado inteiro, foram 65.

Segundo o levantamento, as regiões mais periféricas da capital são as mais afetadas. A zona leste é a campeã no número de ocorrências com 62 casos. O sul da cidade, com 56 ônibus queimados, e a região norte, com 18, aparecem em segundo e terceiros lugares, respectivamente.

Por meio de nota a SPTrans informou que esta mobilizada no sentido de garantir o direito e o acesso ao transporte público a todos os paulistanos e que sempre solicita apoio imediato da Polícia Militar para evitar interrupções na circulação dos ônibus.


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