Folha de S. Paulo


Para Alckmin, greve contra ataques a ônibus é desnecessária

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta terça-feira (4) que a polícia está empenhada em descobrir e prender quem faz ataques a ônibus. Motoristas e cobradores dos ônibus municipais ameaçam fazer uma paralisação na quarta-feira (5) das 10h às 14h para pedir mais segurança no trabalho.

A categoria reclama dos constantes ataques a coletivos.

"Espero que não haja nenhuma greve. Não tem sentido você penalizar a população. Você tem 'n' maneiras de chamar a atenção, de pressionar, de cobrar, que não seja a greve", diz o governador.

Segundo ele, a polícia tem trabalhado para prender os criminosos em menos de 24 horas após os ataques.

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que a prefeitura acionará o Paese (plano de emergência com uso de ônibus) caso os motoristas façam a paralisação.

"Conversei com o presidente do sindicato dos motoristas, pedi para que não faça isso. Nos colocamos à disposição para conversar com o secretário da Segurança Público [Fernando Grella], para negociar, e para não haja necessidade de paralisação", disse.

"Acho que seria importante a mediação com o governo do Estado para que ter mais apoio da Polícia Militar", disse o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), durante a inauguração de um ciclovia que passa sobre a ponte da Casa Verde, na marginal Tietê.

Em outubro, um ônibus foi incendiado na Vila Jaraguá (zona norte de SP), causando a morte do motorista John Brandão. Ele teve 70% do corpo queimado. No domingo (2) à noite, um ônibus foi incendiado em Guaianases, na zona leste. Ninguém se feriu. A polícia ainda não sabe qual foi o motivo do ataque.

Com o caso, subiu para 141 o número de coletivos queimados desde janeiro, de acordo com dados do SPUrbanuss, o sindicato das empresas de ônibus.

De acordo com a UGT (União Geral dos Trabalhadores), uma das organizadoras da greve anunciada para quarta-feira, nenhuma das linhas de ônibus da capital paulista irá rodar no período entre as 10h e as 14h.

O porta-voz da entidade, Mauro Ramos, disse que a paralisação será feita fora do horário de pico para não atrapalhar a população.

A SPTrans disse, por meio de nota, que quer garantir o direito e o acesso ao transporte público e que sempre solicita apoio imediato da Polícia Militar para evitar interrupções no serviço.


Endereço da página:

Links no texto: