Folha de S. Paulo


Já contando 2º volume morto, nível do Cantareira mostra queda de 0,2%

O nível do sistema Cantareira voltou a cair, passando de 13,6% para 13,4% neste sábado (25), segundo dados divulgados pela Sabesp.

A meteorologia prevê chuva para hoje e amanhã, mas não em volume suficiente para ajudar a recuperação das represas do sistema Cantareira, que vive sua pior crise.

O índice que mede o nível das represas passou a contabilizar na sexta-feira (24) a segunda cota do volume morto.

O volume morto é a água das represas que, por ficar abaixo do ponto de captação, é puxada por bombas.

A água desta segunda reserva ainda não está sendo bombeada, mas a empresa decidiu contabilizá-la, a dois dias das eleições.

Quando passou a usar a primeira reserva do volume morto, a Sabesp não usou o mesmo artifício -ou seja, só começou a contabilizá-la quando efetivamente as bombas foram ligadas.

Sem a inclusão desta segunda cota do volume morto, o nível do sistema Cantareira estaria em 2,7%, o mais baixo nível já registrado.

A crise hídrica virou tema das eleições presidenciais. Dilma Rousseff (PT) decidiu explorar a questão, no programa de TV e nos debates.

No confronto de anteontem, a petista provocou o rival, Aécio Neves (PSDB), dizendo que os tucanos teriam de criar o programa "Meu Banho, Minha Vida", em alusão ao "Minha Casa, Minha Vida", de habitação popular.

O governo de São Paulo estima que a segunda reserva duraria até abril. Mas aposta que não será necessário chegar a esse ponto, acreditando no aumento das chuvas.

SEGUNDA RESERVA

A segunda reserva adicionará 106 bilhões de litros ao sistema, que abastece parte da Grande São Paulo.

A retirada, que ainda não tem previsão para começar, já foi autorizada pela ANA (Agência Federal de Águas) e pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão do governo estadual.

São Paulo enfrenta neste ano a mais grave crise hídrica de toda a sua história.

Pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira (20) mostrou que 60% dos paulistanos dizem ter ficado sem água em casa em algum momento nos últimos 30 dias.

Na sexta (24), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o "abastecimento de água está garantido na região metropolitana de São Paulo". "Não tem racionamento e não tem desabastecimento", afirmou o governador.


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