Folha de S. Paulo


Gravação agrava situação da presidente da Sabesp

O vazamento de gravação com declaração da presidente da Sabesp, Dilma Pena, em que ela afirma que orientação superior barrou a intensificação de alertas sobre a crise, causou mal-estar com o governo nesta sexta (24).

A situação de Dilma fica muito difícil na empresa, assim como a do diretor metropolitano da estatal, Paulo Massato, que também teve declaração vazada.

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Voz da presidente da Sabesp Dilma Pena

Na gravação, Paulo Massato afirma que a situação é de "agonia" e diz que "não sabe o que fazer" se os volumes de chuva neste ano repetirem o cenário de 2013.

Dilma já havia pedido ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para deixar o cargo. Na ocasião, Alckmin pediu que ela ficasse até dezembro.

Dentro da Sabesp, porém, já se fala que a saída dela pode ser antecipada por causa do episódio desta sexta-feira.

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Voz do diretor metropolitano da Sabesp Paulo Massato

DESGASTE

A cúpula do governo estadual já havia considerado "catastrófico" depoimento de Dilma Pena na CPI da Câmara Municipal. Ela se viu acuada após a Folha revelar áudio de conversa com o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), em que a presidente da Sabesp classifica a atuação dos vereadores como "teatrinho".

Alckmin chegou a reclamar a auxiliares no início da demora de Dilma em informá-lo sobre a gravidade da situação hídrica. Na ocasião, ela justificou que trabalhou com dados e previsões que sempre foram usados pela empresa.

Massato também já protagonizou um episódio que causou mal estar no governo. Em maio deste ano, foi ele quem disse que se a crise do sistema Cantareira se agravasse a empresa iria "distribuir água com canequinha".

Na época em que começaram a surgir reclamações de falta de água em vários bairros, o diretor também admitiu a "economia fabulosa" conseguida com a diminuição da pressão da água à noite.


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