A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) decidiu prorrogar o prazo para a troca de milhões de "tags" do Sem Parar, equipamento usado para pagar pedágio de modo eletrônico.
A troca foi definida em 2011, quando o governo decidiu adotar uma nova tecnologia nas estradas e publicou resolução estabelecendo que quase três milhões de "tags" antigos deveriam ser aposentados até 7 de novembro.
De acordo com a agência, porém, a STP, empresa responsável pelo Sem Parar, "não respeitou por completo os prazos determinados pela resolução".
A empresa não teve concorrência por mais de uma década, monopólio encerrado com a resolução. Como tem a maior fatia de usuários, se o prazo original fosse mantido, eles não conseguiriam passar pelas cancelas.
Desde 2013, a STP passou a instalar dois "tags" nos veículos dos clientes, sob o argumento de que a nova tecnologia não funciona em estacionamentos de shoppings, por exemplo –que não são regulados pela Artesp.
| Marcelo Justo/Folhapress | ||
 |
||
| Dispositivo eletrônico Sem Parar instalado no veículo |
Mas quem tinha só o "tag" antigo não foi chamado para receber um novo dispositivo.
"Para não prejudicar os usuários que ainda utilizam tags' da tecnologia anterior está em fase final de negociação entre Artesp e Sem Parar um novo cronograma para substituição dos equipamentos restantes. Os usuários serão comunicados em tempo hábil", afirma a agência.
A Artesp diz que instaurou "procedimento administrativo para apuração das causas do descumprimento e eventual penalização" da STP.
A empresa informou que não iria se pronunciar.
Com a troca de tecnologia, a intenção do governo é abrir caminho para a implantação do pedágio por quilômetro rodado, que hoje funciona de forma experimental em trechos de quatro rodovias.
A nova tecnologia, que usa frequência de 915 MHz em vez de 5,8 GHz, é usada nos Estados Unidos e foi adotada como padrão pela ANTT (agência federal de transporte).