Folha de S. Paulo


Mãe e filho registram em fotos o antes e depois da seca no Cantareira, em SP

Duas fotos tiradas no mesmo lugar, mas com cenários bem diferentes –e apenas seis meses entre elas. Em abril deste ano, a administradora Ingrid Venturini, 31, se divertiu nas águas da represa Atibainha, em Nazaré Paulista (64 km de São Paulo), com a família.

Registrou o momento ao lado do filho Breno, 3, sentada num deque, a água sob os pés. Agora, em outubro, posaram novamente para uma foto, no mesmo lugar. Desta vez, porém, a água está distante e o cais leva à areia.

Ingrid afirma que já estava economizando água em casa, mas foi só depois do que viu na represa que a ficha caiu para a família. Até Breno perguntou: "Mamãe, cadê a água?"

Ela conta que as visitas da família à represa costumavam ter passeios de barco e de moto aquática. "Agora, o cenário é devastador, não tem mais nada para fazer lá", lamenta.

Arquivo pessoal
Ingrid Venturini com o filho Breno na represa; foto feita em abril (acima) e neste mês
Ingrid Venturini com o filho Breno na represa; foto feita em abril (acima) e neste mês

A família passou a economizar mais em casa. Ingrid reaproveita a água do banho do filho e a usa para dar descarga, por exemplo, e diz ter enfrentado problemas esporádicos com a falta de abastecimento em casa. "O que dá medo é o que está por vir".

Em 21 de abril, dia em que Ingrid tirou a primeira foto, o nível do sistema Cantareira era 12%. Nesta segunda (20), chegou a 3,5%. Desde maio o sistema usa também o "volume morto" dos reservatórios.

A represa de Atibainha praticamente secou neste fim de semana, segundo a Sabesp.


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