Folha de S. Paulo


Procuradoria recomenda remoção de cães abandonados em aldeia indígena

O Ministério Público Federal encaminhou ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da Prefeitura de São Paulo uma recomendação para que sejam removidos centenas de cães abandonados que vivem na aldeia indígena Jaraguá, na zona norte.

Livres pelas ruas da comunidade, os animais estariam provocando problemas de saúde à população. Segundo o Ministério Público Federal, cerca de 400 cães dividem espaço com os cerca de 800 índios guaranis na menor aldeia demarcada no Brasil, com um uma área aproximada de 1,5 hectares, o equivalente a 15.000 m².

A Folha já havia relatado o problema em 2012. Na época, eram cerca de 300 cães em uma comunidade com cerca de 700 pessoas. "É difícil conseguir comida, às vezes, até para gente. Quanto mais alimentar toda essa população de cachorros", afirmou Natalício Karaí, um dos líderes da comunidade indígena, na ocasião.

A recomendação do Ministério Público aponta que "o elevado número de animais domésticos abandonados em espaço tão reduzido tem causado diversos problemas de saúde à população, como doenças na pele, enfermidades transmitidas pela água contaminada por fezes, além do surto de pulgas e carrapatos".

Além da remoção dos animais, o órgão também pede que a prefeitura tome medidas para impedir que novos animais sejam abandonados na aldeia. Os motivos que levam as pessoas a a essa prática ainda são desconhecidos.

A administração municipal terá um prazo de dez dias úteis para se manifestar. A Procuradoria diz que o não cumprimento ou ausência de resposta pode acarretar a adoção de medidas judiciais.

Na última sexta-feira (17), o CCZ removeu do local um cão da raça pit bull que estava preso de forma improvisada em um galinheiro por conta da agressividade dele, informou o Ministério Público. Em nota, o órgão afirmou que já recebeu a recomendação e agora "estuda as medidas a serem adotadas".


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