Folha de S. Paulo


Em meio à crise, Santa Casa deixa de administrar ambulatório do Estado

Em meio à crise financeira, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo deixará de administrar a última unidade que tinha em contrato com o Estado. É o AME (ambulatório de especialidades) Dr. Geraldo Bourroul, que fica na região central de São Paulo e faz 18 mil consultas por mês.

A maior entidade filantrópica da América Latina geria a unidade pelo modelo de OSS (organização social de saúde), no qual entidades sociais são pagas para prestar serviços de saúde.

A saída ocorre após o vencimento do contrato que a instituição tinha com o Estado durante cinco anos.

No lugar, entrará a Seconci (Serviço Social de Construção Civil de SP), entidade que já administra o hospital de Vila Alpina, o de Sapopemba e um ambulatório em Heliópolis, entre outros.

A transferência de gestão deve ocorrer em até 45 dias.

A secretaria estadual de Saúde diz que o atendimento no AME Geraldo Bourroul não será afetado e os funcionários serão absorvidos.

Só em 2013, foram realizados no local cerca de 234 mil consultas, 1.400 cirurgias, 4.000 atendimentos odontológicos e 4.200 exames.

Procurada, a Santa Casa disse que não iria se manifestar sobre a transferência.

Daniel Guimarães - 3.abr.2014/Folhapress
Prédio principal do complexo da Santa Casa de São Paulo
Prédio principal do complexo da Santa Casa de São Paulo

OUTRAS UNIDADES

No início de outubro, a Santa Casa já havia anunciado a devolução de quatro hospitais e um centro psiquiátrico ao Estado devido à crise financeira –a instituição soma uma dívida de R$ 440 milhões e baixa produtividade.

Serão entregues os hospitais Penitenciário, na capital, Geral de Guarulhos, Estadual de Francisco Morato e Estadual de Franco da Rocha, e o Centro Integral em Saúde Mental de Franco da Rocha. Os novos gestores ainda estão sendo definidos.

Ao todo, 4.100 funcionários atuam nas unidades. O orçamento somado dos quatro hospitais e do centro é de R$ 311,1 milhões.

Na ocasião, o diagnóstico de dificuldades financeiras e de má gestão facilitou o acordo para a devolução dos hospitais e do centro psiquiátrico. Em entrevista em setembro, o atual superintendente, Irineu Massaia, disse preferir concentrar esforços a tentar gerir vez mais unidades.


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